Uma parceria entre as secretarias de Saúde e Educação ampliará nas escolas, ações como palestras e atividades sobre zoonoses a partir de agosto. Entre os temas, doenças infecciosas de animais capazes de serem transmitidas para seres humanos. O objetivo da ampliação é inserir a esporotricose, micose que já infectou mais de mil pessoas no Estado do Rio de Janeiro, entre 2015 e 2018, nas discussões. Em São Gonçalo, de janeiro até o momento, de acordo com a Vigilância Sanitária, 42 casos foram notificados, e o agravamento da doença é um alto risco sobretudo para crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade. “O trabalho intersetorial é fundamental para que a população tenha acesso de forma integral aos serviços da Saúde. Poder chegar nas escolas é importante pois estamos garantindo que desde a infância toda a população tenha acesso a informação e a prevenção!”, afirmou Jefferson Antunes, secretário de Saúde.
Conhecida antigamente como “doença do jardineiro”, a esporotricose é uma micose causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que se aproveita principalmente de feridas abertas e de corpos estranhos penetrantes, como espinhos, para entrar no organismo. Entre os principais locais em que o fungo da esporotricose se prolifera estão o solo, cascas de árvores e as superfícies das plantas, como a roseira, que, devido aos espinhos, acaba facilitando ainda mais a contaminação pela doença. “O tratamento é importante, mas pensar na prevenção é fundamental. Por isso essa parceria com a secretaria de Educação é um grande passo na linha de cuidado junto a população!”, garantiu Márcio Barreiros Fernandes, coordenador da Vigilância Sanitária de São Gonçalo. Mais comuns em gatos, que se utilizam desses espaços para enterrar seus dejetos, a doença também pode contaminar cachorros e seres humanos, entretanto de forma mais branda. A esporotricose passou a ser considerada uma doença endêmica (que atinge uma população de uma região específica) no Estado do Rio de Janeiro devido aos altos índices de casos em humanos, sobretudo nas regiões metropolitanas, com destaque para os municípios do Rio, Nova Iguaçu e São Gonçalo. Especialistas admitem que a doença hoje é considerada a maior infecção por animais no mundo. O tratamento dura de quatro a seis meses. Em São Gonçalo, a população pode se dirigir ao Pólo Sanitário Washington Luiz e procurar o setor de dermatologia sanitária.