FotoDivulgação José Cruz EBC

Foto/Divulgação: José Cruz / EBC

Categoria votou, de forma virtual, das 6h de ontem ao meio-dia de hoje

Os aeronautas aceitaram a terceira proposta apresentada pelas empresas aeroviárias e
decidiram encerrar a greve que tinha sido suspensa neste fim de semana. A categoria votou,
de forma virtual, entre as 6h de ontem (24) e o  meio-dia de hoje, em pleito aberto no site do
Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). Dos 5.834 votos, 70,11 % foram a favor da proposta,
28,8% rejeitaram e as abstenções atingiram 1,09%.

Para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da aviação regular, as empresas
propuseram 6,97% de reajuste pelo INPC nos salários fixos e variáveis. O percentual inclui 1%
de ganho real e vai incidir também nas diárias nacionais (R$ 94,96), além de vale-alimentação
no valor de R$ 495,50, piso salarial, seguro e multa por descumprimento da convenção. Os
reajustes propostos não incidem nas diárias internacionais.

Em relação à reivindicação da categoria relacionada ao respeito às escalas de trabalho, a
proposta define o horário de início das folgas e indenização por descumprimento por parte das
empresas, como também a possibilidade de início de férias em sábados, domingos e feriados.
Os aeronautas concordaram com uma multa de R$ 500 por mudança de escala que invada o
dia de folga do tripulante.

Quando a greve começou na segunda-feira passada (19), a categoria queria recomposição
salarial pelo INPC com aumento real de 5% acima desse indicador. As empresas admitiam
apenas 0,5% de ganho real e ainda propuseram a venda de folgas, o que causou indignação
pela exaustão que os aeronautas reclamavam diante do cumprimento de horários nem sempre
conforme o planejado.

Neste domingo (25), em live de apresentação do resultado da votação, o presidente do
Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), disse que o número de votos acompanhou o total da
última votação. Para ele, agora é hora de a categoria conferir e verificar se todos os itens
colocados na CCT estão sendo aplicados e vão continuar. “Esse é o começo de uma nova era,
em que vamos ter que evoluir muita coisa ainda na parte social e continuar evoluindo na parte
financeira”, observou.

De acordo com o presidente, há vários itens que os aeronautas não conseguiram “endereçar
este ano”. Sem relacionar os ítens, afirmou que a intenção é continuar lutando para que sejam
atendidos. “Temos que reduzir essa quantidade de reclamações e de denúncias que o
sindicato tem por meio de ouvidorias. Vamos, sim, melhorar a nossa convenção coletiva e ter
contratos de trabalho muito bons”, acrescentou.

A diretora de Administração e Finanças do SNA, Lilia Cavalcanti, agradeceu aos profissionais
que participaram desde o início da greve e foram aos aeroportos para suspender as operações
entre as 6h e as 8h. De acordo com Lilia, a proposta não “é a melhor dos mundos”, isso só
ocorreria se houvesse respeito da outra parte na mesa de negociação, mas representa
evolução e traz um ganho. “Houve ganho por todas as pessoas que fizeram a greve acontecer.
As pessoas que foram para o aeroporto, as pessoas que pararam os voos e as que se
mobilizaram. Então, é um agradecimento por todos que fizeram valer o seu voto e a
democracia do voto. A luta continua, a gente continua aqui batalhando por melhorias, porque
há muitas a serem feitas, mas o momento agora é de agradecimento”, afirmou.

O secretário-geral do SNS, Clauver Castilho, também agradeceu a mobilização dos colegas, que
segundo ele foi a mais longa greve da categoria. “Foram cinco dias de greve. Nós sabemos que
é complicado entrar em um conflito com a empresa que você trabalha aderindo a uma greve,
mas foi muito bonito os colegas matando no peito e falando ‘essa greve é minha, essa greve é
da minha categoria’. Então é esse o agradecimento. Vocês fizeram essa greve ter essa duração
e essa eficácia. A vontade da maioria foi aprovada e com essa proposta se encerra a greve. A
maioria decide”, completou.

O diretor de Comunicação do SNA, Rafael Sampaio Bessa, destacou a dificuldade que alguns
profissionais tinham por questões pessoais e, no entanto, estiveram presentes nas
paralisações de duas horas diárias. “Acompanhei aqui em Fortaleza histórias diversas, pessoas
com situações em casa até sensíveis de crianças recém-nascidas, mas que estavam lá se
manifestando, apoiando seus colegas e parando os voos. Fica aqui o meu agradecimento
pessoal. Acredito que há muito trabalho a fazer, amanhã, segunda-feira, a gente vai continuar
trabalhando”, disse.

A suspensão da paralisação dos aeronautas, neste fim de semana, durou das 6h de ontem (24)
até o meio-dia de hoje. Durante a greve, os voos foram parados nos aeroportos de São Paulo,
do Rio de Janeiro, de Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza. A greve
começou na segunda-feira passada (19). Fonte: EBC

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