Por séculos, a ideia de prever o futuro esteve envolta em mistérios e superstições. No entanto, o projeto Good Judgment Project, liderado pelo renomado psicólogo Philip Tetlock, revelaria percepções fascinantes sobre a capacidade de algumas mentes em enxergar além do “horizonte temporal”, transformando a previsão do futuro em uma habilidade que poderia ser desenvolvida.
O Good Judgment Project começou em 2011 com a participação no programa Aggregative Contingent Estimation (ACE) da Intelligence Advanced Research Projects Activity (IARPA). Utilizando a “sabedoria das multidões”, o projeto recrutou pessoas comuns e combinou suas previsões, alcançando resultados notáveis.
Durante quatro anos, o grupo competiu em um torneio respondendo a centenas de perguntas sobre eventos como surtos de gripe e movimentos políticos. Os superprevisores demonstraram uma notável precisão em suas conclusões.
Tetlock identificou os superprevisores como indivíduos capazes de prever eventos futuros de maneira excepcional. Sua pesquisa, destacada no livro Superforecasting: The Art and Science of Prediction, revelou que esses visionários não eram apenas sortudos; eles compartilhavam atributos cruciais.
A capacidade de trabalhar em equipe, pensar em termos de probabilidades, buscar conhecimento diversificado e a disposição para admitir erros foram características essenciais desses especialistas do futuro. Suas previsões eram tão extraordinárias, que superaram analistas de inteligência altamente treinados e com acesso a informações confidenciais reais.
A continuidade do conhecimento
A continuidade do conhecimento gerado pelo Good Judgment Project se manifesta na iniciativa Good Judgment. Tetlock e sua equipe oferecem consultoria e workshops, ajudando organizações a promover as qualidades essenciais para uma previsão precisa.
Ao identificar atributos e metodologias de sucesso, eles capacitam empresas a tomar decisões mais informadas e adaptativas, promovendo o sucesso em suas operações. O serviço também se estende a decisores políticos, ao fornecer visões valiosas para antecipar as consequências globais de suas escolhas.
Em um mundo onde a incerteza é constante, os superprevisores ofereceriam uma visão inspiradora. Será que a ciência poderia comprovar essa capacidade ou tudo se trata apenas de uma grande coincidência?