Group of Security data center operators at work

Foto/Divulgação

Centrais de monitoramento de imagem estão qualificando funcionários para intervir em casos de agressões contra a mulher

Em muitos casos, as câmeras de videomonitoramento são as únicas que estão presentes em locais remotos ou de pouco movimento, como estacionamentos, elevadores e corredores. Com a evolução da tecnologia, os equipamentos e as equipes que acompanham as imagens estão sendo aperfeiçoados para identificar e intervir em casos de agressão contra a mulher, uma situação que acontece com mais frequência do que se imagina.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em nove anos o Brasil já registrou mais de 10 mil casos de feminicídio. Só em 2023, foram 1.463 feminicídios no Brasil, o maior número desde a tipificação da lei.

“Este é um problema de todos nós, mas, do ponto de vista da segurança eletrônica, o que vem mudando é a nossa capacidade de intervir. As imagens são muito importantes, ainda mais quando somadas aos analíticos de vídeo, inteligência artificial e treinamento de equipes, as soluções se transformam em verdadeiras aliadas nessa luta”, comenta Selma Migliori, presidente da ABESE – Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança.

O que a tecnologia pode fazer

Em 2021, por exemplo, uma empresa de portaria remota que atuava em um condomínio na Praia Grande, em São Paulo, flagrou a tentativa de invasão do ex-marido de uma das moradoras. Imediatamente, a empresa de portaria remota e videomonitoramento responsável acionou a polícia e avisou a síndica sobre a ocorrência. A rápida resposta das autoridades conseguiu deter o agressor, preso em flagrante por tentativa de homicídio.

A situação demonstra a combinação entre tecnologia e treinamento, inovação e comprometimento, como responder com rigor e agilidade neste tipo de situação que, infelizmente, nenhum condomínio ou cidade está imune. Essa não é uma descoberta recente, a ABESE vem reiterando este papel da segurança eletrônica através dos equipamentos que estão 24h em operação e que com recursos de Inteligência Artificial (AI) conseguem, inclusive, reconhecer situações de risco e emitir alertas em tempo real.

“De maneira prática, se as imagens estão sendo acompanhadas, o treinamento de profissionais consegue dar conta de alertar as autoridades sobre o ocorrido. Contudo, hoje já existem analíticos de vídeo que identificam situações atípicas, como o mesmo carro ou pessoa rondando as imediações de um condomínio, gritos de socorro, entre outras situações. Se pensarmos em reconhecimento facial, podemos diretamente identificar agressores mesmo que estejam usando máscara e óculos, e enviar um alerta antes que o pior aconteça”, aponta Migliori.

Exemplos de tecnologias disponíveis no mercado

Para a presidente da associação, é importante incentivar com que os projetos de segurança eletrônica incluam protocolos nesse sentido e que novas soluções possam ser aplicadas em larga escala.

No mercado, já existem algumas iniciativas como a da Verisure. Uma funcionalidade dentro do aplicativo MyVerisure chamada Guardião que, apesar de não ser exclusiva para mulheres, é muito utilizada por elas. O Guardião disponibiliza dois tipos de serviços: o “Acompanha-me”, que acompanha o percurso da usuária a qualquer hora, em qualquer lugar, e o “SOS”, que permite pedir ajuda à Central de Monitoramento onde quer que esteja.

Já a Fulltime integra uma série de soluções no app F/Safe, que elenca uma série de soluções com botoeiras de emergência customizáveis que comunicam às centrais de monitoramento e usuários sobre os perigos locais. As câmeras externas dos imóveis e de toda a cidade ou condomínio podem ser cadastradas de maneira simples, permitindo criar uma rede de imagens que podem ser acompanhadas em tempo real pelas autoridades, reportando imediatamente os eventos acionados, bem como a geolocalização.

Dentre as tecnologias desenvolvidas pela PPA, o Alarme Hook traz um recurso que contribui no combate à violência contra a mulher. O produto conta com um botão em seu aplicativo que reporta situações de violência doméstica, acionando imediatamente os contatos de emergência. É possível ainda acionar alarmes para emergências médicas e de segurança (como assaltos e invasões), gerando uma notificação automatizada para um grupo de pessoas das suas comunidades domiciliar.

Juntas somos mais

“No mês em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, estou certa que podemos fazer muito mais para a proteção da dignidade humana no espaço público e privado com nossas soluções tecnológicas de segurança. A segurança eletrônica é parte da solução”, finaliza a presidente da associação, Selma Migliori.

Para saber mais informações sobre os projetos da Abese e do segmento de segurança eletrônica, acesse: https://abese.org.br/

Fonte: Adriana Fernandes

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