Município tem a menor incidência da doença no Estado do Rio
Com novos casos e aumento em evidência de dengue no Estado do Rio de Janeiro, São Gonçalo se destaca por ter a menor incidência acumulada entre todos os municípios durante o ano de 2023. Isso quer dizer que os moradores da cidade têm menos probabilidade de contrair a doença. Este resultado é o reflexo de muito trabalho, durante todo o ano, dos agentes da Vigilância em Saúde Ambiental, que realizam diferentes ações na cidade.
Em levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) através dos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) de casos notificados e confirmados de dengue, São Gonçalo apresentou o índice de 10,11 – o menor em todo o Estado. A incidência é calculada por 100 mil habitantes. A análise é elaborada por técnicos do Centro de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde, que compõe o Centro de Inteligência em Saúde da SES-RJ (Cievs/CIS-RJ).
Os baixos índices em relação ao número da população são reflexo do trabalho constante e diário da Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil da Prefeitura de São Gonçalo, que pulveriza inseticida pelas ruas e visita as casas à procura de focos do mosquito Aedes aegypti – transmissor da doença. São Gonçalo registrou 811 notificações e teve 96 casos confirmados de dengue até o dia 14 de dezembro.
O último Levantamento Rápido dos Índices de Infestação do Aedes aegypti (Liraa) foi realizado entre os dias 2 e 6 de outubro. O resultado mostrou que a cidade está com baixo risco de contaminação da dengue através do Índice de Infestação Predial (IIP). É considerado baixo risco índices até 0,9%. O IIP foi de 0,7%. A pesquisa foi realizada em 22.471 imóveis e os focos foram encontrados e recolhidos em 52 locais. O LIRAa é a metodologia recomendada pelo Ministério da Saúde para a obtenção do IIP.
“O trabalho de pulverização de inseticida com as motofogs e fumacês para eliminar o mosquito Aedes aegypti é constante durante todo o ano e não só nas estações mais quentes. Ele só não acontece em dias de chuva. Isso ajuda no combate aos focos e eliminação dos mosquitos e, consequentemente, na redução dos números da doença”, disse o diretor da Vigilância em Saúde Ambiental, Edson Vieira.
Outro trabalho realizado pelas equipes da Vigilância em Saúde Ambiental é a visitação nas casas pelos agentes de controle das arboviroses, que orientam os moradores sobre os possíveis criadouros do mosquito e como eliminá-lo. Os agentes também aplicam larvicidas em ralos, caixas d’água, tonéis, calhas e onde mais pode ser um local para a reprodução do mosquito. Se encontram larvas, fazem a eliminação e/ou aplicam larvicidas, colocam telas nas caixas d’água e armadilhas para capturar os ovos, larvas e mosquito adulto.
“No intervalo entre as visitas dos agentes, é muito importante que os moradores façam a manutenção do espaço, evitando deixar água parada em novos locais. Qualquer recipiente pode ser um criadouro para mosquito. Basta ter uma gota d’água”, explicou Edson Vieira.
Apesar do trabalho, os agentes ainda encontram focos nas residências e comércios, principalmente em caixas d’água sem tampas. A participação e conscientização da população é muito importante para que os resultados sejam sempre positivos. A população também precisa colaborar, vigiar e eliminar, constantemente, os locais que facilitam a reprodução do mosquito (principalmente acúmulo de água limpa) e os seus focos.
Para manter a casa longe dos vetores, é importante limpar calhas e ralos, tapar caixas d’água, colocar garrafas e recipientes com a boca para baixo, preencher os pratos de vasos de plantas com areia, manter lonas de materiais de construção e piscina sempre esticadas, guardar pneus velhos, manter tonéis e latões fechados.
“Os gonçalenses devem ficar atentos e olhar o que está em sua volta. De preferência, toda semana, fazer uma ronda no quintal e descartar e cuidar de tudo que acumula água. A fêmea do mosquito pode colocar até 450 ovos em diferentes pontos, que levam apenas uma semana para se transformarem em mosquito. O mais importante é não deixar o vetor nascer. É questão de cada um cuidar, questão de consciência”, finalizou o diretor.
Além desses dois serviços pelas ruas e residências, ainda há o trabalho dos agentes do grupo Informação, Educação e Comunicação (IEC), que ministram palestras em igrejas, associações, escolas, eventos e fazem ações de conscientização em praças. E as equipes dos pontos estratégicos vistoriam e fiscalizam ferros-velhos e estaleiros. Há também equipe que mobiliza, monitora e realiza o recolhimento de pneus pelas ruas da cidade.
A Vigilância Ambiental também tem o pronto-atendimento. Qualquer cidadão pode ligar para o setor e pedir uma visita nos casos de infestação de qualquer vetor. Os pedidos são atendidos, em média, em uma semana. Nesses casos, os agentes averiguam a denúncia e realizam a ação necessária para acabar com os vetores. As denúncias podem ser feitas pelo telefone da Vigilância Ambiental (21) 3195-5198, ramal 1008 ou da Coordenação de Vetores (21) 2604-6446.