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São Gonçalo é o quarto município do Estado do Rio em números de denúncias de violência contra a mulher. Em 2018 foram contabilizados 1628 casos de lesão corporal, 229 casos de estupro, 1561 de ameaça e 1160 casos de violência moral. Os dados são do Dossiê Mulher 2019. Mais do que números, à frente de cada caso existem histórias, famílias e também redes de apoio e combate à crescente destes dados que assolam todo o país. No município, a Secretaria de Políticas Públicas para Mulher, Idoso e Pessoa com deficiência, através da Subsecretaria de Políticas para Mulheres, junto à rede de movimentos sociais e demais órgãos públicos, vem realizando um trabalho de acolhimento e denúncia. Conhecer essa rede e acioná-la é o que faz a diferença em casos como esses. De março a dezembro de 2018 foram indiciados mais de 1500 autores de crimes contra as mulheres na cidade. De janeiro a março deste ano, mais de 800 casos de tentativa de feminicídio foram registrados na Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam-SG), que em janeiro deste ano, através da delegada titular, Débora Rodrigues, protocolou junto à subsecretária de Políticas para Mulheres, Andréa Machado, uma parceria expandindo ainda mais a rede de proteção às mulheres. “Firmamos uma parceria junto à Delegacia da Mulher onde todas as vítimas de violência são encaminhadas diretamente ao Centro Especial de Orientação à Mulher (Ceom). Lá, elas recebem apoio psicológico, social e são abrigadas quando necessário. O serviço público não funciona de forma isolada. A rede de proteção é de extrema importância na segurança e acolhimento dessa mulher e sua família. Além da Deam, também firmamos parcerias com as demais delegacias da cidade junto ao 7° Batalhão de Polícia Militar, e nossa intenção é aumentar cada vez mais essa rede!”, afirmou a subsecretária.

Em São Gonçalo, através da Secretaria de Políticas Públicas para a Mulher, Idoso e Pessoa com deficiência, a rede de proteção e prevenção conta com os Centros Especiais de Orientação à Mulher (Ceom). Formados por equipes multidisciplinares, os Centros (Zuzu Angel e Patrícia Acioli) possuem psicólogas, assistentes sociais, advogado e guarda municipal, que formam uma rede de apoio e acolhimento às mulheres que chegam ao local, e estão em constante articulação com as redes de proteção, como o Movimento de Mulheres, Defensoria Pública, Ministério Público e delegacias especializadas. Os Centros já atenderam mais de 70 mil mulheres e são pioneiros como política de acolhimento à mulher no Estado do Rio. Em 2018, mais de 500 mulheres foram assistidas. “Olhar para a nossa realidade hoje e ver o quanto um trabalho de rede é importante e fundamental para que mais nenhuma mulher sofra violação de direitos não tem preço. Como poder público nosso dever é efetivar políticas que dialoguem e estejam alinhadas com a realidade da população. É bom que temos feito e vamos continuar trabalhando para garantir esse direito conquistado com tanta luta pelas mulheres e por todos que abraçam a causa da dignidade humana!”, destacou a secretária de Políticas Públicas para Mulher, Idoso e Pessoa com deficiência, Marta Maria Figueiredo. Ainda segundo o Dossiê Mulher, apesar da violência ser uma realidade latente em todas as regiões do Estado, existem recortes que levantam ainda mais discussões sobre os desdobramentos da violência. Mais de 50% das vítimas de violência contra a mulher são negras. Dentre os mais de 4 mil casos de estupro no estado do Rio, 70% das vítimas eram menores de idade e mais de 40% dos agressores eram pessoas do convívio. Cerca de 50% dos autores de feminicídios eram companheiros ou ex-companheiros das vítimas, e grande parte dos casos ocorreram dentro de casa. Ainda nos grupos de maior vulnerabilidade, o Brasil é o que mais mata pessoas transsexuais e só em 2018 mais de 100 mulheres lésbicas foram assassinadas.  Para a delegada Débora Rodrigues (Deam-SG), o que existe e precisa ser combatida é a naturalização da violência. “O que a gente vive é uma naturalização da violência contra a mulher. Somos o quinto país no mundo com os maiores índices de feminicídio. A nossa realidade é que de fato há um menosprezo pela vida das mulheres, e a sociedade como um todo precisa lutar para que isso acabe”, destacou.

Para o prefeito José Luiz Nanci, a efetivação da rede é fundamental para que os casos não virem apenas estatísticas. “O que nós vemos quando olhamos para esse Dossiê e todas as informações do trabalho do nosso município é muito maior do que um número. Vemos a trajetória de cada mulher e pensamos de que maneira podemos trabalhar para que a sua vida não seja interrompida pela violência. A efetivação da rede é fundamental para que nenhum caso vire apenas estatística!”, afirmou. Conheça a rede de proteção: Além do 180 (Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência), a cidade de São Gonçalo ainda possui as redes de proteção através do Conselho dos Direitos da Mulher, localizado na Rua Doutor Porciúncula, 395, Venda da Cruz; Movimento de Mulheres, na Rua Rodrigues da Fonseca, 201, Zé Garoto; Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), na Avenida Dezoito do Forte, 578, Mutuá; e através do próprio CEOM, que funciona de segunda a sexta, das 9h às 17h, com atendimento presencial na Rua Camilo Fernandes Moreira, em Neves, ou ainda pelo telefone (21) 96427-0012.

 

 

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