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Foto/Divulgação

Rio de Janeiro, março de 2025 – A necessidade de revitalizar áreas contaminadas em regiões estratégicas do Rio de Janeiro tem se tornado cada vez mais urgente, sobretudo em locais que passam por transformações para receber empreendimentos esportivos, culturais e imobiliários. Dois exemplos emblemáticos ilustram essa tendência na capital fluminense: a recuperação do Complexo Lagunar de Jacarepaguá, conduzida pela Arcadis, que executa o projeto sob contrato da concessionária Iguá Saneamento, e o projeto de remediação previsto para o antigo terreno do Gasômetro, onde o Clube de Regatas do Flamengo planeja construir seu futuro estádio, enfrentando desafios de contaminação ambiental e mobilidade.
 

Complexo Lagunar de Jacarepaguá — formado pelas lagoas da Tijuca, Jacarepaguá e Marapendi, além da lagoa de Camorim — passa por um extenso processo de despoluição e recuperação. A iniciativa busca reverter décadas de poluição, assoreamento e ocupação desordenada, trazendo melhorias significativas para a qualidade da água, a biodiversidade local e o lazer da comunidade. Nessa frente, a Arcadis, responsável pela execução do projeto para a Iguá Saneamento, atua na adoção de tecnologias inovadoras de dragagem, tratamento de sedimentos e monitoramento contínuo, reforçando o compromisso com soluções seguras e ambientalmente responsáveis.

Já a área do Gasômetro, localizada em uma região de grande potencial para o desenvolvimento urbano, exige estudos detalhados e ações coordenadas de remediação, pois carrega passivos ambientais decorrentes de antigas atividades industriais. No local, o Flamengo planeja erguer seu estádio, precisando lidar não apenas com a reabilitação ambiental, mas também com questões de mobilidade e infraestrutura para receber o futuro empreendimento. Um dos principais pontos de atenção nesse tipo de processo são os contaminantes emergentes, entre eles o PFAS (substâncias per- e polifluoroalquil), compostos químicos que podem persistir no meio ambiente por longos períodos e demandam tecnologias de tratamento específicas para garantir segurança à saúde pública e ao ecossistema.
 

“Terrenos contaminados, seja por antigos processos industriais ou por passivos urbanos, necessitam de abordagens técnicas robustas e soluções personalizadas. Cada local traz desafios específicos, exigindo investigação aprofundada e tecnologias que assegurem a qualidade ambiental e a proteção das comunidades locais,” explica Cláudio Lemos, Diretor de Remediação da Arcadis Brasil.
 

Nos últimos anos, a Arcadis tem atuado na recuperação de áreas degradadas em diferentes regiões do país, consolidando-se em projetos de grande impacto. Além das iniciativas no Brasil, a empresa está presente nos maiores projetos de remediação e desenvolvimento em todo o mundo. Entre seus trabalhos de destaque, a modernização de complexos esportivos ganha relevância, como o estádio de Londres, reforçando a experiência em grandes arenas e infraestrutura para eventos de grande porte. A experiência adquirida em cenários internacionais e locais permite um planejamento integrado e a adoção de práticas sustentáveis, contribuindo tanto para a redução de riscos quanto para o aproveitamento socioeconômico das áreas reabilitadas.

“Quando uma área contaminada é efetivamente recuperada, toda a região se beneficia. Há ganhos para a saúde, para o meio ambiente e para o desenvolvimento local. É importante destacar que a remediação não é um mero procedimento técnico, mas um investimento que impulsiona novos horizontes de uso e ocupação do solo,” acrescenta Lemos.
 

A discussão sobre remediação ambiental no Rio de Janeiro reflete um movimento mais amplo, presente em várias capitais brasileiras e em importantes cidades ao redor do mundo, de transformar passivos ambientais em ativos para o futuro das cidades, com oportunidades de uso coletivo, preservando os recursos naturais e respeitando a história dos lugares. Projetos como o do Complexo Lagunar de Jacarepaguá e a futura remediação do Gasômetro, somados à experiência global em estádios de grande porte, ilustram esse esforço conjunto, envolvendo poder público, iniciativa privada, consultorias especializadas e a própria sociedade civil, numa busca constante por soluções que unam desenvolvimento sustentável e bem-estar das comunidades.

Fonte: Gustavo Ferreira de Brito

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