EEE Parafuso 2

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Obras na altura do Posto 5 da Avenida Atlântica vão incluir equipamentos que não recebiam manutenção desde as Olimpíadas de 2016

A Estação Elevatória de Esgoto Parafuso, uma das estruturas mais importantes para o funcionamento do sistema de esgotamento sanitário da Zona Sul carioca, entra numa nova fase de seis meses de reformas, a partir desta terça-feira (18).  As obras irão recuperar a estrutura interna e o sistema de bombeamento da estação, que se deterioraram com o tempo por causa da maresia e dos gases provenientes dos próprios dejetos. 

Situada no canteiro central da Avenida Atlântica, na altura do Posto 5, a elevatória é responsável por encaminhar todo esgoto coletado pelo Interceptor Oceânico, e encaminhá-lo em direção ao Emissário Submarino de Ipanema, por meio de quatro bombas do tipo parafuso, cada uma com 2,5 metros de diâmetro e 12 metros de comprimento. Os trabalhos vão ocorrer a oito metros de profundidade e fazem parte das ações de recuperação do sistema de esgotamento sanitário da capital.

“Em 2021, logo após assumirmos as operações, instalamos novos exaustores para eliminar o mau cheiro que exalava da estação e também modernizamos equipamentos. Hoje, a unidade é monitorada remotamente, 24 horas por dia, pelo nosso Centro de Operações Integradas, situado na Zona Portuária. Agora, esta segunda fase inclui a recuperação do concreto da laje de cobertura das câmaras que recebem o esgoto e dos parafusos metálicos de grande porte que servem para bombear os dejetos a cerca de nove metros de altura”, explicou José Maria Vaz, coordenador de Operações da Águas do Rio.

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Concessionária investe em tecnologia para mitigar mau cheiro

Muito planejamento e logística serão necessários para realizar as obras nos próximos meses. Na manhã desta segunda-feira (17), equipes da concessionária começaram a remoção do piso do canteiro central, que recobre a estação elevatória. Nesta terça-feira (18), um guindaste vai retirar o primeiro parafuso, um equipamento de nove toneladas, para ser limpo e restaurado. Para minimizar o impacto da abertura da estação na Praia de Copacabana, serão instaladas torres de centrifugação que lançam no ar uma solução que neutraliza o mau cheiro natural dos esgotos.

Até dezembro, os outros três parafusos passarão pelo mesmo processo. Será a primeira vez, desde os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, que as peças, com mais de 50 anos de existência e operação, serão removidas para restauração. Este processo não afetará o funcionamento da elevatória, já que normalmente ela opera com duas das quatro bombas, mantendo as outras duas como reserva estratégica. Nos dias agendados para içamento das peças e colocação na carreta, a CET-Rio realizará a interdição de uma faixa da Avenida Atlântica por algumas horas.

A Estação Parafuso é o trecho final do Interceptor Oceânico, túnel de 9 km de extensão que coleta grande parte do esgoto entre o bairro da Glória e Posto 5 e o direciona ao Emissário de Ipanema. Em 2022, após 52 anos sem limpeza e manutenção, cerca de 3 mil toneladas de resíduos foram removidas, permitindo que o coletor operasse em sua capacidade máxima. Essa intervenção foi fundamental para prevenir extravasamentos e contribuir para a melhoria da qualidade da água das praias, como as do Flamengo, Botafogo e Urca.

Desenho de pedras portuguesas voltará ao original

Para a execução das obras, a Águas do Rio recebeu a autorização do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) para a remoção das pedras portuguesas da calçada no local da estação, que serão recolocadas durante a conclusão do trabalho por calceteiros especializados. A novidade é que o layout a ser refeito será o da paginação original, realizada pelo paisagista Roberto Burle Marx, na década de 1970, responsável pelo desenho do famoso calçadão, que já não constava mais no local.

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