Capoeira Inclusiva - Projeto - Lavourão - 16-02-2022 (15)

Foto/Divulgação

Aulas de capoeira são realizadas no Lavourão

Uma combinação de esporte, socialização e inclusão. Essa é a dinâmica da capoeira inclusiva, atividade promovida pela Secretaria de Esporte e Lazer de São Gonçalo, através do Projeto Curumim. 

As aulas acontecem às terças e quintas-feiras, das 17h às 18h, no Centro Cultural Joaquim Lavoura (Lavourão), que fica no bairro Estrela do Norte. O projeto, que faz parte da Associação de Capoeira Negrinho de Sinhá VII, tem aulas aplicadas pelo Mestre Antônio Afonso, capoeirista há 47 anos. 

“O trabalho de inclusão é unir pessoas com e sem deficiência. Ou seja, durante a atividade, trabalhamos os mesmos movimentos com todos os alunos, respeitando a individualidade e dificuldade de cada um. Com as pessoas com deficiência, não busco técnica, mas sim uma atividade para que eles possam ser incluídos na sociedade”, disse o mestre Antônio.

O mestre capoeirista, formado em Educação Física, com pós-graduação em Psicomotricidade, busca desenvolver movimentos físicos e cognitivos dos alunos.

“Além do benefício da socialização, através da capoeira conseguimos proporcionar uma melhor condição cardiomuscular, cardiorespiratório, equilíbrio, entre outras melhorias na vida dessas pessoas, como o caso da minha aluna Letícia, que quando começou a fazer as aulas não conseguia andar e hoje anda sem ajuda e consegue fazer a aula inteira. Não posso afirmar que através das aulas de capoeira ela passou a andar, mas o trabalho de recuperação motora realizado auxiliou nesse processo. Além dos movimentos da capoeira, os alunos também utilizam os instrumentos, onde consigo trabalhar recuperação motora, o cognitivo”, destacou o mestre. 

Além das técnicas, o mestre mantém uma relação muito pessoal com os alunos, visto que muitos deles já participam do projeto há anos. Consequentemente, a relação entre as mães dos jovens capoeiristas é forte e perceptível. Inclusive, algumas delas também participam da aula como forma de incentivo ao filho, como é o caso de Michele Silva, mãe de Victoria Cristina, de 20 anos, que ficou sabendo das aulas através da mãe de um outro aluno.

“A mãe do Maycon me contou sobre a evolução significativa que ela reparou no desenvolvimento dele e logo me empolguei. A Victoria tem autismo e esquizofrenia e só o interesse dela em perguntar sobre as aulas nos dias em que estamos em casa, de sentir falta dos outros alunos, já alegra meu coração. Apesar dela ter começado as aulas há pouco tempo, já consigo perceber pequenas evoluções na vida dela. E para apoiar também estou fazendo as aulas e tem sido ótimo”, disse Michele. 

Quem tiver interesse em participar da atividade pode procurar o Mestre Antônio nos dias e horários das aulas.

Humor/Colaboração: Netto

 

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