
A professora e escritora Yonara Costa. Foto/Divulgação
A cerimônia de posse dos novos conselheiros será realizada no dia 24 de maio, às 10h, no Salão Assyrio do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O evento será conduzido pela Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros, e promete ser um momento de celebração, acolhimento e reafirmação do papel essencial da cultura na vida social e política fluminense.
Doutoranda em História Social pela Faculdade de Formação de Professores (FFP-Uerj), mestre em Literatura Brasileira, Yonara Costa atuou como professora da rede pública e privada por mais de 20 anos. Idealizadora do Coletivo Escritoras Vivas – 50 autoras de São Gonçalo e Niterói – com presença constante em eventos culturais e educacionais do estado, Yonara é reconhecida por sua atuação nas áreas de formação leitora, mediação de leitura e produção de conteúdo literário voltado para públicos diversos, sobretudo em territórios marcados por invisibilização histórica.
Entre as expectativas para a gestão, Yonara destaca a importância de trazer a união entre os fazedores de cultura. “É importante que a sociedade civil tome para si responsabilidades. Quando votamos, não assinamos uma autorização em branco para que o executivo e o legislativo tomem as decisões por toda população. A sociedade civil organizada precisa propor, organizar e fiscalizar ações de modo a atender os interesses da população. Principalmente na cultura, depois de tantos anos em que a área foi desmantelada por governos anteriores. Os fazedores de cultura precisam estar unidos e esclarecidos das reais possibilidades de acesso a editais, leis de fomento e espaços culturais. Para isso, faz-se mais que urgente uma representação sólida do Leste Fluminense que fortaleça a região, e lute para a democratização dos recursos”, explica.
A “confluência como potência” também será o mote da gestão de Alberto Rodrigues. “Ao assumir a função de conselheiro estadual de política cultural no segmento das áreas da literatura, inspiro-me na reflexão de Nego Bispo: ‘Um rio não deixa de ser um rio quando ele conflui com outro rio. Ele continua em sua essência’. Minha expectativa para os próximos dois anos é contribuir para a construção de políticas públicas que reconheçam e respeitem a diversidade dos territórios, saberes e expressões literárias do estado. Acredito na confluência como potência: promover o diálogo entre diferentes vozes e experiências, sem hierarquizar ou apagar, é essencial para uma política cultural verdadeiramente democrática e transformadora”, destaca o produtor cultural.
A eleição de ambos para o CEPC-RJ representa uma conquista simbólica e prática para o Leste Fluminense, região que reúne uma pluralidade de manifestações culturais, mas que historicamente carece de representatividade efetiva nas instâncias de decisão.
Atribuições e importância do cargo
Os conselheiros estaduais de cultura contribuem ativamente para a elaboração de planos e programas culturais, definindo prioridades para o desenvolvimento artístico e patrimonial do estado. Além disso, monitoram a aplicação de recursos em projetos culturais, emitem pareceres técnicos, propõem ações de preservação do patrimônio e fortalecem a articulação entre a cultura e outras áreas, como educação, turismo e desenvolvimento social.
Representando a sociedade civil, o conselheiro também é ponte entre o governo e as comunidades culturais, garantindo que as decisões políticas reflitam a diversidade de vozes e necessidades dos territórios.
O cargo não é remunerado, mas carrega enorme responsabilidade: cabe ao conselheiro planejar, fiscalizar, assessorar e promover ações que assegurem a gestão democrática da cultura em todas as suas expressões.