Estima-se que existam cerca de dois mil neurocientistas entre pesquisadores, estudantes de iniciação científica à pós-graduação e ao pós-doutorado no Brasil. Um deles é Renato de Paula, de 45 anos, PhD em bioquímica médica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor em neurociência pelo Imperial College London, na Inglaterra.
O professor disputa pelo MDB uma cadeira na Câmara de Vereadores do Rio para fazer história, tornando-se o primeiro neurocientista eleito pela cidade. Mas qual é, afinal, a maior qualidade de um neurocientista?
“O neurocientista é, antes de qualquer coisa, um especialista em comportamento humano. E é preciso entender o outro para se relacionar no dia a dia, fazer política pensando realmente nas necessidades do próximo. Por que essas pessoas que têm sucesso acadêmico e são referências lá fora não entram na política? É o que estou tentando fazer, para mostrar à população que podemos ter um neurocientista ou pesquisador na política, sim! Tenho totais condições de fazer a diferença na gestão pública”, ressalta Renato, que fez um levantamento e não encontrou nenhum vereador que seja formado em neurociência na história da cidade: “Um levantamento do Institute for Scientific Information revelou que 20% dos neurocientistas brasileiros estão entre os principais pesquisadores do mundo. Não podemos abrir mão desse conhecimento no dia a dia do nosso município”.
Para que possam surgir outros ‘Renatos’ pelo Rio de Janeiro, o caminho é um só: investir em Educação. Para o candidato, é fundamental valorizar professores e criar ambientes vocacionais para a formação de jovens:
“Tive boas referências, principalmente no ambiente universitário, onde professores foram cruciais para moldar meu destino. Esses profissionais de Educação deveriam ser comuns nas escolas públicas e não apenas nas salas das faculdades. Pretendo criar planos de cargos e salários para reverter esse quadro da cidade que paga um dos piores salários para os professores no país. Além disso, é preciso ter escolas em tempo integral de verdade, que sejam voltadas para a vocação do estudante. Isso tudo, é claro, sem esquecer a inclusão”.
Fonte: Marcos Vinícius