“Cerca de 80% das crianças que têm suspeita precoce do câncer evoluem para alta com cura. A suspeita precoce através da Atenção Básica está muito relacionada à cura!”, afirmou a enfermeira e docente do Instituto Desiderata, Ana Paula Alves Gregório, quem realizou nesta quinta-feira (7) uma capacitação com a rede da Secretaria de Saúde de São Gonçalo. A formação, realizada pelo Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NEP), é uma ação conjunta do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Secretaria de Estado de Saúde, Prefeitura de São Gonçalo e Instituto Desiderata. Ao todo, cinco turmas de profissionais da Atenção Básica foram capacitadas para avaliar casos suspeitos de câncer infanto juvenil. A capacitação é realizada por médicos, enfermeiros, assistentes sociais do INCA; um profissional de referência e contra referência do município e uma enfermeira do Instituto. Nesta quinta turma, estiveram presentes enfermeiros, médicos, dentistas, agentes comunitários, coordenadores e técnicos de enfermagem.
“A evolução do câncer infanto juvenil é muito mais acelerada do que no adulto. Por isso é fundamental que os profissionais tenham esse olhar sensibilizado. Essa formação em parceria com o Instituto, o Inca e o Governo Estadual é muito importante pois estamos capacitando os profissionais atuantes no primeiro atendimento. Ter um olhar sensível a uma possível suspeita pode salvar uma vida!”, afirmou Thatiana Mattos, coordenadora do NEP. Diferente do câncer do adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente possuem melhor resposta aos tratamentos atuais. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático). No Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. O Instituto Desiderata atua há 16 anos na melhoria da saúde pública de crianças e adolescentes no Rio de Janeiro. Para a enfermeira Ana Paula Alves Gregório, quem realizou a formação de hoje, um olhar diferenciado e capacitado pode fazer toda a diferença. “Quanto mais rápido uma criança ou adolescente acessar o tratamento, maior será a certeza que ela vai ter uma vida com qualidade. Para além da capacitação, os profissionais são sensibilizados a pensar no tema do cuidado com o outro. Isso é também uma forma de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) como política pública. Cada um deles vai sair daqui com um olhar diferenciado e compartilhando o aprendizado!”, ressaltou.