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O governador Cláudio Castro na missa pelas vítimas da tragédia provocada pelo temporal que devastou Petrópolis. Foto/Divulgação: Fhelippe Lima

Cerimônia reuniu cerca de mil pessoas no Palácio Guanabara e foi marcada por clima de solidariedade, esperança e homenagens
O governador Cláudio Castro participou, nesta terça-feira (15/03), da missa pelas vítimas da tragédia provocada pelo temporal que devastou Petrópolis,  na Região Serrana, há um mês. Cerca de mil convidados assistiram à cerimônia, conduzida por Dom Gregório Paixão, bispo diocesano de Petrópolis, e pelo capelão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), tenente-coronel Wagner Toledo, nos jardins do Palácio Guanabara.
– Estávamos em Barra Mansa, durante o Governo Presente, quando aconteceu a tragédia e fomos imediatamente para Petrópolis. Ao chegar, o grande desafio era andar pela cidade. Cenas que não vão sair da nossa memória e dos petropolitanos. Na mesma hora, ligamos para o prefeito e colocamos à disposição toda a estrutura do Estado. No quartel dos bombeiros, vimos homens e mulheres com energia e vontade de trabalhar. Quero parabenizar o planejamento e a experiência das equipes do Corpo de Bombeiros. Graças a eles, 24 pessoas foram resgatadas com vida – disse o governador Cláudio Castro.
O governador Cláudio Castro. Foto/Divulgação: Fhelippe Lima
O governador expressou seu sentimento de pesar pelas mortes e destacou o apoio do Governo do Estado às famílias e sobreviventes.
– Ao lembrar da tragédia, cada vida perdida será uma cicatriz na nossa alma. Mas ver cada cidadão sendo atendido e recebendo a ajuda do Estado mostra a importância desse trabalho. Temos uma responsabilidade e um compromisso: não sair da cidade antes que Petrópolis tenha retornado à sua normalidade. Além disso, seguiremos com os projetos de infraestrutura, ambiente e de habitação – afirmou Castro.
Durante a missa, marcada por ‘toque de silêncio’ e um clima de emoção e solidariedade pelos 233 mortos na catástrofe – ainda há quatro pessoas desaparecidas no Morro da Oficina e em rios da cidade -,  foi lida uma nota de pesar do comando-geral do Corpo de Bombeiros, após execução do Hino Soldado do Fogo. O toque de silêncio foi replicado por todos os quartéis do estado ao mesmo tempo, em sinal de condolência às vítimas e seus familiares.
– O momento é solene, grave, mas de profunda oração. Uma tragédia aconteceu. Algo terrível. Mas houve também muita solidariedade. Em 12 horas, muitos subiram para ajudar. Estou aqui unindo a voz de todos os petropolitanos para dizer: obrigado, gratidão, nós amamos vocês. Agradeço ao governador pelo convite para celebrar essa cerimônia, a todos vocês e ao povo petropolitano – disse Dom Gregório Paixão, bispo da Arquidiocese de Petrópolis, durante a missa.
Homenagens a bombeiros, sociedade civil e servidores
Na solenidade, bombeiros, membros da sociedade civil e servidores que atuaram no município, salvando vidas, à procura de vítimas ou em serviços pela retomada da cidade, receberam as medalhas “Mérito Avante Bombeiro” e “Mérito da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro”. Cinquenta e cinco bombeiros militares ainda trabalham em Petrópolis em locais soterrados e vistoriando diariamente os rios Palatinato, Quitandinha e Piabanha.
– Cada um de nossos militares foi corajoso, abnegado e encarou o desafio rumo ao compromisso de salvar vidas. Nossa corporação tem um planejamento extremamente técnico. Contamos, ainda, com cerca de 200 militares de outros estados que estiveram conosco. As buscas em Petrópolis seguem acontecendo porque as famílias ainda precisam ser consoladas. Não paramos em nenhum momento – ressaltou o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ, coronel Leandro Monteiro, agradecendo a todos que se envolveram nos trabalhos e na reconstrução da cidade.
Alex Sandro Condé representou as vítimas em uma homenagem em nome de todas. O homem de 42 anos, evangélico, perdeu três entes queridos: o filho Kaíque, de 18 anos, o irmão Ivan, de 34, e o amigo de infância Thiago, de 35. Ele ficou conhecido por levar palavras de conforto, compaixão e assistência às demais vítimas mesmo após passar por sua grande perda.
União de forças de 20 estados
No ápice das operações de socorro, foram empregados 500 bombeiros fluminenses por dia, em média. As ações emergenciais foram desencadeadas em até 100 pontos simultâneos de buscas. A tropa fluminense foi auxiliada por 155 bombeiros de 20 estados. Sessenta cães-bombeiros auxiliaram os grupamentos em busca de vítimas em encostas e em mais de 50 quilômetros de rios.
Graças aos esforços da corporação e de voluntários, 24 pessoas foram resgatadas com vida numa área equivalente a 100 mil metros quadrados. Drones, helicópteros e 270 máquinas completaram a força-tarefa em Petrópolis ao longo das últimas semanas.

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