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Foto/Divulgação

Neuroplasticidade, mudanças em hábitos de vida e exames de rastreio são fundamentais para manter a saúde

A longevidade aumentou no Brasil e no mundo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que esse crescimento foi de 2,6 anos, passando de 72,8 para 75,5 anos, entre 2021 e 2022. A notícia que as pessoas estão vivendo é positiva, apontam especialistas, mas o envelhecimento da população também traz novos desafios. Um deles é o declínio cognitivo do cérebro, que acontece gradualmente e é um processo natural com o passar dos anos, diz a endocrinologista Alessandra Rascovski, diretora médica da Clínica Rascovski e idealizadora da iniciativa ‘Cérebro em Ação’.

Quando exatamente as mudanças começam a aparecer? Uma pesquisa feita por neurocientistas irlandeses da Universidade de College Cork indica que o declínio pode se iniciar já a partir dos 40 anos, mais cedo do que a ciência imaginava. Divulgada na revista científica Trends in Neurosciences, a investigação mostra que a chegada à meia idade (que ocorre entre os 40 e 60 anos) deve ser considerada como o início do envelhecimento do cérebro.

E o que isso significa exatamente? Estamos todos “fadados a esse destino”? Não é bem assim. “Já é consenso entre os especialistas que mudanças no estilo de vida são fundamentais para evitar e/ou atrasar o avanço dessa queda, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e inclusive retardando doenças como Alzheimer, por exemplo, cada vez mais comum”, explica a especialista. 

Realizar um check up global, que inclua um rastreio para avaliar as funções cognitivas, é a melhor forma de antecipar cenários.“Em geral, as pessoas buscam esse rastreio somente quando já percebem algum problema que atrapalhe a sua vida. Pode ser, por exemplo, um esquecimento muito frequente, uma dificuldade de planejamento. E aí, vamos avaliar como está a saúde do cérebro naquele momento”.

E, segundo a especialista, nem sempre essa conclusão é necessariamente o diagnóstico de uma doença. “A gente, naturalmente, vai diminuindo nossas funcionalidades e habilidades conforme envelhece, o que não significa que se tornará um diagnóstico de demência ou de outra enfermidade.  Sabendo em quais circunstâncias estamos, podemos agir para mudar: desde quimicamente, com medicamentos, e também no estilo de vida, modificando hábitos”, afirma.

E o que faz com que essas mudanças sejam possíveis é a neuroplasticidade, um fenômeno natural do cérebro, que tem o poder de se modificar a partir de diferentes tarefas e novos desafios, como explica a fonoaudióloga Dra. Ana Alvarez. “Não há uma idade determinada para se fazer um rastreio neurocognitivo, porque as habilidades sempre podem ser ampliadas, melhoradas”, comenta.

O envelhecimento é um fenômeno relativamente recente na história da humanidade: se hoje em dia é comum vivermos além dos 80 anos, essa era uma realidade distante até há pouco tempo: em 1900, por exemplo, vivíamos, em média, 32 anos. E, durante cerca de 200 mil anos, a média de vida das pessoas esteve abaixo de 30 anos. 

De uma forma geral, o rastreio cognitivo inclui análise multissensorial, da memória espacial, acuidade auditiva, atenção, velocidade, planejamento, inibição, memória e flexibilidade. “Fazemos isso por meio de um protocolo de procedimentos desenvolvido por nós em que usamos métodos de avaliação tradicionais somados a uma triagem multissensorial, de função auditiva central e realidade aumentada imersiva para chegar a uma conclusão”, explica.

Fonte: Monica Ferreira 

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