O Parque Natural Municipal Paleontológico de São José de Itaboraí, gerido pela Prefeitura de Itaboraí, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMAU), proporciona pesquisas de campo para acadêmicos de áreas como Arqueologia, Paleontologia, Geologia, Educação Ambiental e outros, nos variados níveis de escolaridade, como graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Acompanhados pelo gestor da Unidade de Conservação (UC), Luís Otávio Castro, que também é paleontólogo e doutorando em Geociências com ênfase em Paleontologia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pelos guardas do Grupamento Especial de Proteção Ambiental (GEPAM), da Guarda Municipal, os acadêmicos participam de pesquisas de campo, que duram em média 2h30 e contribuem para a formação profissional.
“Além das outras finalidades, o parque funciona como uma ‘bacia escola’ e tem cumprido seu papel na formação de futuros profissionais, proporcionando a realização de aulas práticas das mais variadas áreas da Geociências, por meio das rochas e fósseis que lá se encontram preservadas. Nosso objetivo enquanto gestão da UC é torná-la referência também nesse sentido”, comentou o gestor do parque, Luís Otávio Castro.
Na visita os participantes passam por uma abordagem teórica, que retrata as áreas do saber ligadas ao parque. Na segunda etapa, ocorre a visita ao museu, onde é possível observar fósseis, rochas calcárias, ígneas e artefatos líticos. Além da réplica da preguiça-gigante que habitou Itaboraí aproximadamente 2 milhões de anos atrás.
A terceira etapa consiste na visita aos laboratórios para observar a microestrutura dos fósseis sob microscópio. E por último, os acadêmicos participam de uma trilha guiada até a Bacia de Itaboraí, onde atualmente tem um lago formado pelo processo de mineração das rochas calcárias, em que podem ser observadas rochas e fósseis em seu lugar original (in situ), datados de aproximadamente 58 milhões de anos.
O paleontólogo e professor da UFRJ, Ismar de Souza Carvalho, participou de uma das visitas com seus alunos do Programa de pós-graduação em Biologia Evolutiva e comentou sobre a experiência única.
“Esta localidade é uma das mais importantes de nosso país e possibilita o entendimento dos eventos iniciais da diversificação dos mamíferos. Seus fósseis, únicos no mundo, relatam as grandes transformações biológicas pelas quais nosso planeta passou nos últimos 50 milhões de anos. Conhecer o Parque Paleontológico de Itaborai é viajar no tempo geológico e descobrir o passado da vida na terra”, disse Ismar.
O número máximo de acadêmicos por visita é de até 50 pessoas. Para agendar, basta enviar e-mail para visitas@ppsji.itaborai.rj.gov.
O Parque Natural Municipal Paleontológico de São José de Itaboraí foi criado com o objetivo de salvaguardar uma bacia sedimentar de rochas calcárias de milhões de anos, rica em fósseis de vegetais, aves, anfíbios, répteis e mamíferos, um dos mais importantes jazigos de fósseis do Brasil. A unidade de conservação fica localizada na Rua José de Almeida, em São José.