Alexandre Bianchini mostrou os números de sucesso da empresa que, em apenas um ano, já levou água tratada e encanada pela primeira vez para as casas de mais de 250 mil pessoas
Os avanços do Brasil no setor de saneamento e os imensos desafios que o país tem pela frente nessa área foram temas do último painel, realizado nesta quinta-feira (10/11) na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 27, que acontece em Sharm El-Sheik, no Egito.
O evento reuniu três palestrantes: Alexandre Bianchini, presidente da Águas do Rio; Bruno Aranha, diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e o secretário Nacional da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Freire.
Em sua apresentação, Bianchini detalhou o trabalho e as conquistas obtidas pela Águas do Rio, concessionária da Aegea, líder no setor privado de saneamento básico no Brasil. A empresa é responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário em 27 municípios do estado do Rio de Janeiro, incluindo as zonas Norte, Sul e Centro da capital, atendendo 10 milhões de pessoas.
“Somos uma empresa privada, mas prestamos um serviço público”, ressaltou Alexandre Bianchini, que apresentou na COP 27 alguns números do primeiro ano de operação neste período de concessão, iniciado em 1º de novembro de 2021. O executivo lembrou que o Brasil tem hoje 15% de sua população – 33 milhões de pessoas – sem acesso à água tratada e 50% sem acesso a esgoto tratado. “Apenas 25% da população tem acesso ao ciclo completo de saneamento no Brasil”, frisou.
Trabalhando para ajudar a reverter essa realidade, a Águas do Rio fará o maior investimento em saneamento básico no país, em torno de R$ 39 bilhões. Serão R$ 15,4 bilhões em outorga, para serem aplicados em projetos prioritários dos governos estadual e municipais, e R$ 24,4 bilhões para a universalização dos serviços de água e esgoto, que será alcançada nos primeiros 12 anos, em alinhamento ao novo Marco Regulatório de Saneamento.
Aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela Presidência da República em 2020, o novo Marco Regulatório de Saneamento representa um grande avanço para o país. O principal objetivo da nova legislação foi estabelecer novas alternativas de financiamento e mecanismos para universalizar os serviços de saneamento básico no Brasil. A meta é assegurar, até 2033, que 99% da população tenha acesso a abastecimento de água e 90% possa contar com coleta e tratamento de esgoto.
O Marco Legal criou um ambiente com maior segurança jurídica, critérios que favoreçam a competitividade e a sustentabilidade, e viabilizou a maior participação do capital privado. Trata-se de um modelo cujos frutos impactarão diretamente a vida de milhões de brasileiros.
Histórias que emocionam
Os depoimentos de moradoras de comunidades cariocas foram o ponto alto da apresentação. Após a chegada da Águas do Rio, as famílias de Maria, Rudi e Marilene, passaram a ter água encanada pela primeira vez e não convivem mais com esgoto na porta de casa. A fala delas externou os resultados de um ano de muito trabalho e a transformação que o saneamento faz na vida das pessoas.
“Tivemos a chance, aqui na COP 27, de mostrar a evolução que nós tivemos neste primeiro ano de contrato da Águas do Rio. As melhorias no sistema de água beneficiaram mais de 3.3 milhões de pessoas, sendo 250 mil pessoas foram abastecidas pela primeira vez pelo sistema formal. Os avanços no esgotamento sanitário, com reflexos na Baía de Guanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas, já apresentam sinais de recuperação ambiental. Destacamos ainda o nosso trabalho em comunidades do Rio de Janeiro, que vai além de obras. Dos 8 mil profissionais da empresa, 4.5 mil foram contratados em comunidades”, detalhou.
Diante dos números e depoimentos apresentados, Bruno Aranha disse que torce para que, em breve, ele possa repetir um gesto que seus pais costumavam fazer quando ele era criança.
“Estou muito emocionado com todo o trabalho realizado. Sou carioca, nasci na Ilha do Governador. Meus pais aproveitavam as águas da Baía de Guanabara e eu não tive essa oportunidade por conta de toda a degradação. Mas tenho certeza de que essa recuperação vai acontecer e que eu vou poder mergulhar daqui a alguns anos na Baía de Guanabara”, acredita o representante do BNDES.
Veja a palestra na íntegra: https://www.youtube.com/user/