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Foto/Divulgação

Definições de metas e investimentos corretos poderão colocar o Brasil no caminho global que visa à redução das emissões dos gases de efeito estufa

O futuro da mobilidade considera a integração de modais. A implantação de alternativas sustentáveis, com veículos autônomos e elétricos. “A mobilidade urbana é um dos grandes emissores de poluição atmosférica no mundo. Entre as soluções para diminuir os níveis de poluição, podemos citar o investimento em mobilidade elétrica, que independe dos combustíveis fósseis”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).

Os carros elétricos estão em ascensão. Diversas marcas de automóveis já distribuem veículos elétricos e esperam ver esse volume crescer, especialmente na China, considerado o mercado mais promissor, que vem investindo pesadamente em subsídios e capacidade de fabricação.
Atualmente no Brasil os modelos eletrificados respondem por 2% do mix de vendas de leves, em 2030 eles representarão de 12% a 22%, dependendo dos cenários previstos no estudo, e de 32% a 62% em 2035. Mais de R$ 150 bilhões precisarão ser investidos nos próximos 15 anos em tecnologia e infraestrutura pela cadeia automotiva, pelos produtores de combustíveis/energia e pelo poder público. De acordo com estudos realizados pela ANFAVEA consumirão apenas 1,5% do volume nacional de energia.

Um veículo abastecido por gasolina emite em média 150 gramas de gás carbônico (CO2) por quilômetro rodado. Outros gases como o monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC), dióxido de enxofre (SO2) e material particulado (MP) também são emitidos contribuindo para a poluição da atmosfera. Entre os perigos causados pelos níveis crescentes de poluição estão doenças sistêmicas e até câncer. Os pesquisadores da OMS indicam que a poluição do ar causa cerca de sete milhões de mortes prematuras no mundo. Segundo dados da universidade de Chicago, em países com grandes níveis de poluição, em média, dois anos de expectativa de vida são perdidos.

“O ciclo de vida do carro elétrico tem menos emissões de gases e poluentes do que um carro a gasolina, ou qualquer outro combustível”, enfatiza Vininha F. Carvalho.

“Enfrentar as mudanças climáticas é o maior desafio da nossa geração. Na indústria automotiva, tecnologias de eletrificação e maior uso de combustíveis sustentáveis já se mostram um caminho sem volta. As empresas precisam se preparar para o desafio e mirar as novas oportunidades, investindo em produção, infraestrutura, distribuição, novos modelos de mobilidade e serviços, além da capacitação dos seus profissionais”, disse Masao Ukon, sócio sênior do BCG Brasil e líder do setor Automotivo na América do Sul.

Para Renato Franklin, CEO da Movida, a proposta é desenvolver o projeto de carbono neutro, investindo na ampliação da frota de veículos 100% elétricos disponíveis para locação do país, com 240 veículos. Além da mitigação, a empresa também possui outros dois pilares – de compensação, com o Carbon Free, e de adaptação, com análise de riscos climáticos utilizando metodologia TCFD.

Falar em veículos elétricos em meio à crise energética que o Brasil enfrenta pode parecer um paradoxo. A primeira pergunta é: como agir, em meio a tudo isso, pensar na troca de veículos a combustão por elétricos? A resposta não é simples, mas pode ser resumida em uma única palavra: planejamento.

Os carros elétricos não são um problema para o sistema energético brasileiro. Rodrigo Aguiar, sócio fundador da Eleves, especialista na área, afirma que ao menos 15% de toda a energia elétrica consumida no país é desperdiçada, seja em equipamentos obsoletos ou em processos produtivos equivocados. Isso representa a cada ano, dez vezes mais do que os veículos elétricos vão consumir.

“Por um lado, temos que melhorar tudo o que está ligado aos biocombustíveis e, em paralelo, montar um plano consistente e estruturado para os veículos elétricos no país. Com as grandes reservas que temos de lítio, manganês, níquel e grafite, temos que realizar acordos com os grandes centros mundiais de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e assim estarmos juntos na evolução das baterias para estes veículos elétricos. Pensarmos em não exportar commodities e sim produto industrializado, com maior valor agregado”, ressalta o especialista.

“É fundamental montar os alicerces para a vinda dos veículos elétricos, aumentar o número de eletropostos, reduzir a carga tributária e criar um plano estruturado e duradouro”, finaliza Vininha F. Carvalho.

Humor/Colaboração: Netto

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