PAIXÃO CÉREBRO

Foto/Divulgação

Um estudo publicado recentemente no periódico internacional Behavioral Sciences revelou o que muita gente já deve ter sentido ao menos uma vez: se apaixonar mexe com o cérebro. Ao que tudo indica, há uma sinergia entre mudanças químicas e comportamentais que faz com que a pessoa amada passe a ocupar um lugar de destaque no cérebro – daí a razão de não conseguir parar de pensar em alguém.

Quem comprovou isso foram pesquisadores da Universidade do Sul da Austrália, da Universidade Nacional da Austrália e da Universidade de Camberra. A ciência sempre soube que a mente humana fica “confusa” quando uma pessoa cai de amores por outra. Porém, a pesquisa feita com 1.556 jovens adultos – todos eles atualmente com o status de apaixonados – ajudou a clarear as coisas.

Os participantes foram convidados a responder a uma série de perguntas para que os cientistas analisassem sentimentos e comportamentos envolvendo o ente querido. Em uma segunda etapa, o estudo se aprofundou em um tópico: a intensidade do amor e do interesse amoroso em relacionamentos relativamente novos. Por este motivo, prosseguiram para ela com apenas 812 jovens, que se diziam apaixonados há menos de dois anos.

Uma das principais metas dos pesquisadores era descobrir se o sistema de ativação comportamental – BAS, na sigla em inglês – desempenha algum papel quando se fala em amor romântico. Em linhas gerais, o BAS é um mecanismo neurológico que motiva determinados comportamentos a fim de obter algum tipo de recompensa.

A conclusão foi a de que, quando existe o interesse amoroso em alguém, as engrenagens cerebrais mudam temporariamente e tornam esse alguém o centro de todos os pensamentos. Ou seja: de fato, apaixonar-se mexe com o cérebro, mesmo que não seja uma mudança definitiva. Sendo assim, talvez não seja a melhor ocasião para se tomar grandes decisões financeiras, por exemplo, já que a mente está focada em outra coisa. 

Esse cenário pode ser um reflexo da presença de alguns hormônios. A ocitocina, já velha conhecida dos cientistas por ser o “hormônio do amor”, é um deles, circulando abundantemente pela corrente sanguínea sempre que uma pessoa querida está por perto.

A novidade, contudo, fica por conta da combinação entre ocitocina e dopamina, que se mostrou a responsável por nos fazer pensar o tempo todo na pessoa amada e por alterar o nosso foco. De modo simples, a dopamina é um neurotransmissor muito associado à sensação de prazer e uma substância química que o cérebro esbanja quando sentimos o amor romântico.

Fonte: Mega.com

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