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Sistema começa a ser testado em julho e será obrigatório em todo o país a partir de 2026, com impacto direto nos processos tributários e operacionais das empresas
A partir de 1º de julho de 2025, entra em vigor a fase de testes da Nota Fiscal Eletrônica Nacional (NF-e Nacional), conforme estabelece a Nota Técnica 2025.002-RTC. A implantação definitiva do sistema está prevista para 1º de outubro, com validações obrigatórias a partir de janeiro de 2026. A iniciativa integra os esforços de modernização e unificação do sistema tributário brasileiro, em linha com as diretrizes da Reforma Tributária sancionada em 2024.
A mudança deve impactar empresas de todos os portes e setores, exigindo a adequação dos sistemas de emissão de documentos fiscais eletrônicos, como a NF-e (modelo 55) e a NFC-e (modelo 65), atualmente geridos por cada estado. A nova NF-e busca padronizar a emissão dos documentos fiscais eletrônicos em todo o país, substituindo gradualmente os sistemas estaduais atualmente utilizados.
Para Marcos Tadeu Junior, CEO da Invent Software, empresa referência em soluções de automação fiscal, a medida representa tanto um avanço quanto um alerta para as companhias.
“A NF-e Nacional é um marco na digitalização e simplificação tributária no Brasil, mas também impõe uma mudança técnica significativa. Estamos falando da reestruturação completa de uma infraestrutura que processa milhões de documentos diariamente”, afirma o executivo.
Além de unificar os processos, a Nota Fiscal Nacional já nasce com campos específicos para os tributos criados pela Reforma Tributária: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituirão o PIS, a Cofins, parte do IPI, o ICMS e o ISS. Durante o segundo semestre de 2025, a inclusão dessas informações será opcional, tornando-se obrigatória a partir de 2026.
O executivo também chama a atenção para o fato de que, com a Reforma Tributária, as empresas terão que operar com dois regimes fiscais em paralelo até 2033. “É um desafio sem precedentes. O calendário de transição prevê que, a partir de 2027, PIS e Cofins serão substituídos pela CBS, e o IPI será zerado, com exceção dos produtos da Zona Franca de Manaus. Já o ISS e o ICMS passarão por uma redução progressiva até a adoção completa do IBS”, explica.
Durante esse período, as empresas precisarão reconfigurar seus ERPs e sistemas fiscais para lidar com ambos os modelos. Ainda há incertezas sobre o percentual final das alíquotas de CBS e IBS — hoje se discute algo em torno de 28% —, o que torna o planejamento financeiro de longo prazo mais complexo. No entanto, a Reforma também traz uma sistemática ampla de créditos, o que deve permitir uma compensação mais eficiente dos tributos ao longo da cadeia.
O cronograma oficial prevê que, até o fim de 2026, todos os estados estejam integrados à nova plataforma, encerrando os sistemas locais e consolidando, de forma definitiva, o uso nacional da NF-e.
Sobre a Invent
A Invent é líder no desenvolvimento de softwares que otimizam a gestão fiscal, bancária, de recursos humanos e de contratos das empresas. Com mais de 4 mil clientes no Brasil e na América Latina, as soluções da Invent transacionam cerca de 3% do PIB com alta performance e segurança.
Fonte: Marianne Bezerra da Silva Florindo