Por: Cláudio Castro
Os números do Instituto de Segurança Pública evidenciam: no Estado do Rio, a cada cinco minutos, uma mulher é vítima de algum tipo de violência. Uma violência que, na maioria das vezes, ocorre intramuros e é cometida por homens, covardes, muitos deles próximos à vítima. O contexto dos ataques alcança uma escalada tal de crueldade que, não raro, chega ao feminicídio. No mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, o Agosto Lilás, ainda não podemos comemorar, mas acredito que já obtivemos avanços no enfrentamento a esse problema que fere a dignidade de todas.
Como filho, marido e pai de uma menina, sempre estive atento e sensibilizado em relação às questões que envolvem as mulheres, seus espaços e seus direitos. Como governante, sigo estimulando o desenvolvimento de políticas públicas que repudiem a misoginia, protejam a integridade dos alvos da covardia e ampliem a participação feminina na sociedade e na economia. Somos um governo que não poupa esforços para proporcionar mais oportunidades para as mulheres. Todas têm voz, opinião e personalidade e, se depender de nós, sempre terão chance de se expressar.
Para colocar em prática o que defendemos, pela primeira vez no Estado, foi criada uma Secretaria da Mulher, que atua de forma transversal com as demais secretarias e ainda é responsável pelo funcionamento de três Centros Integrados de Atendimento à Mulher: em Nova Iguaçu, Queimados e no Centro do Rio. Nesses locais, que funcionam como uma rede de proteção, as vítimas de violência recebem atendimento psicológico e social, além de acompanhamento jurídico. Esse tipo de apoio é tão necessário que, apenas nos primeiros duzentos dias da Secretaria da Mulher à frente das unidades, foram realizados quase 2.800 atendimentos.
Na Segurança Pública, temos a Patrulha Maria da Penha, já completando mais de 192 mil atendimentos. Ao todo, estamos com 14 Delegacias de Atendimento à Mulher funcionando 24 horas. Incluímos a tecnologia como arma de combate e lançamos o Rede Mulher, um aplicativo com botão de emergência e modo camuflado, possibilitando à vítima acionar discreta e rapidamente o 190, sem que o agressor possa perceber o pedido de ajuda à Polícia Militar.
Estamos ainda expandindo a implantação de Salas Lilás – para fazer o primeiro acolhimento a mulheres vítimas de violência – em batalhões da polícia, em locais de exames de corpo de delito e também em hospitais, para que elas sejam auxiliadas com mais conforto e dignidade.
Além dessas iniciativas, todas concretas, lançamos o Pacto Estadual de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, em que a Secretaria da Mulher, junto a outras 20 secretarias de Estado e instituições públicas, destaca 112 ações do eixo prioritário da gestão estadual. O Plano enfatiza a adoção de condutas de prevenção à violência de gênero.
Sabemos que o caminho para as ações nesse campo é mais que longo, ele não tem fim. Mas nem de longe abrimos mão de lutar junto com todas as mulheres por respeito e dignidade contra a covardia de homens agressores. Essa luta é um dos pilares do nosso governo e também precisa ser de toda a sociedade.
Cláudio Castro
Governador do Estado do Rio de Janeiro