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Fotos/Divulgação: Ruda Lemos Branco

Seminário ReduSaids aconteceu nesta quinta (15) e reuniu profissionais de saúde para a troca de informações sobre as estratégias de combate à doença

Na última quinta (15), a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói realizou o 20º Seminário ReduSaids, no auditório do Sesc Niterói. A Rede de Educação e Saúde para Prevenção das IST/Aids (ReduSaids) reuniu profissionais de saúde para a troca de informações sobre as estratégias de combate à doença.

Segundo o Secretário Municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, eventos como esse refletem o processo histórico de Niterói em combinar políticas de saúde com a conquista de direitos e democracia. O secretário também falou sobre a certificação que o município recebeu.

“Niterói recebeu a certificação pelo Ministério da Saúde do fim da transmissão vertical (de mãe para filho/a) de HIV/Aids, em consonância com o que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o que reflete a qualidade da assistência no pré-natal, parto, puerpério e seguimento da criança, bem como reconhece o processo de trabalho realizado no território e por todos os envolvidos na eliminação da TV-HIV”, contou.

Fotos/Divulgação: Ruda Lemos Branco

Sobre o HIV/Aids, a Secretaria Municipal de Saúde garante preservativos e as profilaxias pós e pré exposição sexual (PEP e PrEP). São disponibilizados também os testes rápidos (inclusive o autoteste na Policlínica Regional Sérgio Arouca) e a atenção pré-natal – a rede está equipada para acolher a pessoa com diagnóstico positivo, que segue em tratamento e grupos de apoio.

“É preciso compreender as pessoas, cada uma tem sua história e alterar um comportamento exige uma escuta humana”, afirmou Marcia Santana, lembrando com emoção da época em que atendia na ponta, na educação em saúde. Marcia é coordenadora do Programa de HIV/Aids de Niterói e organizou o evento, mas que segundo ela, em modéstia, “foi apenas um grão de areia, frente a muitos outros responsáveis”.

“Esse evento carrega um grande simbolismo pelo pioneirismo de Niterói na implantação de atenção especializada para o HIV/Aids e na descentralização dos ambulatórios para as Policlínicas”, afirmou Maria Célia Vasconcellos, Vice-Presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família, reforçando o caráter dos Direitos Humanos na política de saúde de Niterói.

O Seminário – Na mesa de abertura, Lucia Xavier, da gerência de IST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde, trouxe à tona conceitos como “direitos humanos” e “políticas públicas”, no contexto da saúde. Segundo ela, a carta constitucional de 1988 cimentou a garantia mínima de direitos e das condições de ser cidadão e de ser político. As políticas públicas vêm então para reparação de danos e para busca do equilíbrio dentro de um Estado Democrático de Direito.

Em sua fala, Felipe Carvalho, da Coordenadoria Municipal de Diversidade e Combate à Intolerância Religiosa (Codir), celebrou conquistas recentes, como o Ambulatório João W. Nery de atenção para a população travesti e transsexual, que fica na Policlínica de Especialidades Sylvio Picanço. Já entre os desafios, citou o problema do preconceito, que acaba por atrasar debates que já tinham sido superados, como as instruções sobre prevenção sexual nas escolas.

A mesa foi mediada por Alex Gomes, do Grupo Pela Vidda Niterói, que lembrou que o estigma contra quem tinha HIV/Aids era tão forte antigamente, que alguns médicos chegavam a evitar atender quem recebia diagnóstico positivo. O Grupo Pela Vidda é um grande parceiro na rede de atenção para pessoas com HIV/Aids.

Com o tema “A Prevenção do HIV: Princípios éticos/políticos e a construção de novos caminhos”, a exposição de Wanda Branco serviu para apresentar a ONG CEDAPS – Centro de Promoção da Saúde. Wanda informou sobre o “Movimento Rede de Comunidades Saudáveis” que atua nas favelas com a perspectiva de empoderamento das pessoas, promovendo diálogo, acessibilidade e intersetorialidade. “A maior prevenção é a escuta”, afirmou ao apresentar uma mandala de prevenção em que a preocupação vai além da relação sexual, mas também considerando o apoio emocional para aquela pessoa.

O evento seguiu tarde adentro com apresentação cultural do ator e ativista Ari Areias; e debates sobre “Prevenção combinada, juventude e cuidado em HIV/Aids” com Lázaro Silva (RJPR+), Fábia Lisboa (assessoria ISTs/HIV de Niterói) e Eliseu Leal (CTA/FMS); e por fim, Debora Fontenelle ((HUPE-UERJ/SUPVEA-SES), expôs com o tema “Acolhimento e cuidado ao HIV/Aids no âmbito do SUS: Limites e possibilidades”.

 

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