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Evanilda Gonçalves dos Santos, ou apenas Dona Eva, como gosta de ser chamada, tem 70 anos, e sempre foi uma cozinheira de mão cheia. Foto/Divulgação

Aos 70 anos, Dona Eva pretende terminar os estudos para estudar gastronomia. Um exemplo de inspiração no Dia da Merendeira, celebrado no dia 30 de outubro

São 22 anos na mesma cozinha. Mais de duas décadas perfumando os corredores do Colégio Estadual Pedro II (Cenip), na Região Serrana, com o cheirinho das suas receitas. Evanilda Gonçalves dos Santos, ou apenas Dona Eva, como gosta de ser chamada, tem 70 anos, e sempre foi uma cozinheira de mão cheia. Na infância já cozinhava. Ainda menina, aos 11 anos, foi trabalhar em casas de família.

– Sempre gostei de cozinhar. Aprendi com a minha mãe que foi uma grande cozinheira. Além dela, todas as minhas irmãs eram boas no fogão. Fui cedo trabalhar fora porque tinha que ajudar nas contas de casa. E foi muito bom para mim. Sou o que sou hoje porque aprendi cedo – conta Dona Eva, uma das centenas de profissionais do ramo do estado, que têm o dia 30 deste mês dedicado à categoria.

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No colégio ela é querida pelos alunos que aguardam ansiosos pela hora do recreio. Hora de degustar as delícias da Dona Eva, a merendeira mais antiga da escola.

– Amo o ensopadinho com batatas cozidas e o strogonoff da Dona Eva. É uma delícia. Além disso, ela é uma tiazinha muito fofa, tenho vontade de apertar ela toda hora – conta Rayanne Moreira dos Santos, de 17 anos, aluna do 1°ano.

– Ela cozinha com amor e carinho e isso a gente sente quando come os pratos que ela faz. O amor que ela põe na comida é tempero mais gostoso! O macarrão à bolonhesa que ela faz é imbatível – reforça Izabelle de Oliveira, de 16 anos, aluna do 1º ano.

A idosa nunca mais esqueceu o dia que se apresentou para trabalhar na escola. Na época, passava pela porta da instituição e decidiu entrar para pedir uma oportunidade, que lhe foi dada, mas não ainda na cozinha.

– Comecei aqui como auxiliar de serviços gerais. Somente depois, com a saída de uma merendeira, eu me apresentei para cozinhar para os alunos. E foi assim. Acho que gostaram tanto da minha comida que nunca mais saí dessa cozinha – diz, orgulhosa.

O colégio é a vida da Dona Eva. Mas apesar da dedicada merendeira passar horas do seu dia dentro de um ambiente escolar, quando criança não teve oportunidade de estudar. Cursou só até a quarta série do antigo Ensino Fundamental, mas diz que sonha em voltar às salas de aula porque pretende cursar faculdade de gastronomia.  

– Vou voltar para a escola, quero terminar meus estudos e futuramente fazer minha faculdade. Sonhos não têm prazo de validade e eu vou conseguir realizar os meus – garante Dona Eva. Graças a profissionais como Dona Eva, os alunos recebem uma alimentação saudável, de qualidade, contribuindo para o seu crescimento e aprendizado.

TERRENO DA ESCOLA QUE COMPLETA 100 ANOS FOI DOADO POR PRINCESA ISABEL

O Colégio Estadual Pedro II (Cenip) é o resultado da fusão de três colégios: o Grupo Escolar D. Pedro II; o Colégio Estadual Washington Luís e o Instituto de Educação Presidente Kennedy. A unidade foi construída no início do século XX em terreno cedido pela Princesa Isabel. Atualmente, o colégio é um dos mais importantes do estado.

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A instituição foi construída conforme projeto do Arquiteto Heitor de Mello, em terras do antigo Palácio Imperial de Petrópolis, com 50 m de frente e 160 m de fundos.

A construção chama atenção por conta de suas linhas arquitetônicas, voltadas para o neocolonial, estilo que passou a ser adotado com mais frequência a partir daquela época. A escola foi inaugurada em 26 de novembro de 1922.

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