De janeiro a novembro de 2019, a Maternidade Doutor Mario Niajar, em Alcântara, realizou 5 mil partos. Em 2010, do total de crianças nascidas, 669 foram de parto normal. Já em 2018, foram 2991. A crescente por trás dos números se dá por uma circunstância positiva: o direito à escolha e ao acolhimento humanizado. Em São Gonçalo, desde a implementação da Sala Partejar, que tem como foco o parto humanizado, com uma perspectiva menos medicalizada, mais humana e acolhedora, cada vez mais mulheres decidem pelo parto natural.
Referência no Estado do Rio por ser uma das poucas maternidades municipais a realizar o atendimento de portas abertas, assistindo mulheres de São Gonçalo e municípios vizinhos, incluindo a Baixada Fluminense, até novembro deste ano foram realizados mais de 30 mil atendimentos. “O atendimento de portas abertas é fundamental para o nosso trabalho. O que nós preconizamos aqui é a humanização do acolhimento, e para isso temos equipes extremamente dedicadas, sob a direção da Adriana Freire, e isso faz toda a diferença na procura do serviço!”, destacou o prefeito José Luiz Nanci. Com amplo espaço de atendimento, a Maternidade possui Unidade Intermediário Neonatal (UI Neo), Unidade Maternal (UM) que inclui o Alojamento Conjunto, Sala de Hipodermia (medicação) e classificação de risco/acolhimento, Bloco Obstétrico (BO) abrangendo os setores de Pré-Parto, Salas de Operação, Salas de vacinação, Teste do Pezinho, laboratório e a Sala Partejar, onde os enfermeiros obstétricos realizam o parto humanizado utilizando métodos como música, banhos, chás, exercícios e massagens. “Ter uma sala como a Partejar, que tem como proposta o acolhimento, é fundamental para garantir o direito das mães a escolha da condução do parto!”, ressaltou Martha Beleza, diretora de Enfermagem da unidade e servidora do município há 25 anos. Acolhimento, palavra muito utilizada pela mais nova mamãe, Patricia Santos de Melo, de 29 anos. A moradora do Jardim Catarina e mãe do pequeno Magno, com apenas um dia de vida, relata que realizou o pré-natal no Posto de Saúde Doutor Jorge Teixeira de Lima, no bairro onde mora, e lá a indicaram para a maternidade. Para Patrícia, essa foi a sua melhor escolha. “Aqui eu fui muito bem recebida. Posso dizer que foi o único hospital onde fui melhor atendida e tratada. Ontem mesmo assisti aqui uma palestra sobre amamentação, meu filho já fez todos os testes necessários e já fiz o registro dele e marquei minha laqueadura!”, contou a autônoma, enquanto mostrava a certidão do filho. Atualmente, a Maternidade conta com uma filial do Cartório do 2º Ofício onde os pais registram seus bebês ainda na unidade e já saem com a certidão de nascimento. Hoje, além da vacina BCG e o teste do pezinho, as crianças já realizam na própria maternidade o teste da orelhinha, do coraçãozinho, linguinha, olhinho e quadril, além de tomar a vacina contra hepatite. Uma crescente nos últimos anos no Brasil são os casos de bebês que são infectados com sífilis. De setembro a novembro foram contabilizados 120 casos. Com suporte para os cuidados da mãe, do parceiro e do bebê, a Maternidade também realiza o tratamento. Como forma de tornar o serviço cada vez mais acessível, a unidade realiza rodas de conversa, visitas guiadas para as mães e recebe grupos de gestantes de diversas unidades de saúde. Quem chega ao local, desde a recepção ao momento da alta, sai com a certeza de que para além dos números, a política pública tem como foco o bem-estar e a garantia de direitos de todas as mães. “Eu fui muito bem acolhida e assistida, e isso fez toda a diferença no meu parto. Fiz cesária e foi tudo muito tranquilo!”, disse Thais de Freitas, de 18 anos, enquanto recebia a visita de familiares e amigos.