MAC NITERÓI ABRE EXPOSIÇÃO “ETNOGÊNESE – O QUE É E O QUE PODE SER”, DE MARCELINO MELO, O QUEBRADINHA

Mostra fica em cartaz até novembro

O Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói abriu, neste sábado (07), a exposição “Etnogênese – O Que É e O Que Pode Ser”, primeira exposição individual do artista visual Marcelino Melo, também conhecido como Quebradinha. A mostra tem curadoria de Luiza Testa, Patricia Borges e Emicida, e reúne 43 obras, entre quadros, vídeos, fotografias e instalações. A exposição ficará em cartaz até 24 de novembro, dividida entre o prédio principal do MAC Niterói e a unidade localizada no Morro do Palácio, o MACquinho.

Quebradinha ouviu o termo “etnogênese” pela primeira vez em um espetáculo teatral. A palavra despertou curiosidade. Ao descobrir seu significado, essa faísca se transformou numa pesquisa que começou em março de 2023 e que entrou em profunda simbiose com o trabalho do artista. O termo antropológico é utilizado de diversas formas no universo acadêmico: a mais comum é para se referir a um processo de insurgência de novas identidades étnicas ou de ressurgimento de etnias já reconhecidas, pelo qual um grupo humano começa a se ver ou a ser visto pelos outros como um grupo étnico distinto.

“Etnogênese” também se relaciona com a comunidade e propõe ações educativas para os moradores do Morro do Palácio. A abertura contou com uma performance inédita concebida por Marcelino Melo, que começou no MACquinho e terminou no salão principal do museu, onde está montada a exposição. Nas obras da nova série, pessoas em favelas usam máscaras em formato de casa e a favela ganha, assim, vida e formato humano, transformando-se num ser que vem do barro, o que o artista chama de faces.

No pátio do MAC Niterói, foi montada uma grande instalação que convida o público a conhecer o universo das periferias apresentado pelo alagoano de 30 anos, nascido em Carneiros, cidade de apenas 8 mil habitantes no sertão de Alagoas e radicado em São Paulo.