Após mais de dois anos de espera, a comunidade do surf de competição de Niterói se reencontrou em clima de amizade para disputar nos dias 4 e 5 de junho a primeira etapa do Circuito ASN, que é apresentado pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer.
No sábado, Itacoatiara mostrou todo seu potencial com boas e fortes ondas de 1,5m com séries maiores, no canto da pedra do Costão. O domingo foi clássico, com sol, ondas em torno de um metro, vento terral, disputas emocionantes e o tradicional clima de camaradagem entre todos os envolvidos no campeonato.
Luiz Oberlander encontrou um tubo profundo no mar difícil do sábado e conseguiu completar saindo pelo dog door. Ele venceu o prêmio oferecido pelo quiosque da Túnel Crew para o melhor túnel do evento. Mais uma vez a Puro Suco incentivou e garantiu uma alimentação saudável para todos os atletas e comissão técnica com uma farta mesa de frutas nos dois dias de disputas. A Pena por mais um ano fortaleceu sua parceria com a ASN e distribuiu kits para todos os finalistas das seis categorias.
OPEN
Luca Nolasco, que foi campeão em todas as categorias de base da ASN, achou uma esquerda longa, manobrou com pressão e recebeu a maior nota dos juízes na final para subir no lugar mais alto do pódio na Open. Ele faturou uma prancha oferecida pela North Shore Surfboards do shaper Paulo Marinho, kit da Pena e voucher da Túnel Crew. Ben Borges é o atual campeão do ranking da Open e era o defensor do título da etapa. Tentou uma reação na segunda metade da bateria, chegou perto e terminou em segundo. Floriano Pinheiro foi um dos destaques durante todo o campeonato, especialmente no sábado de ondas pesadas. Junto com Ben receberam a maior nota do evento, 8,33. Ele também surfou muito na final de alto nível e ficou em terceiro. Caio Knappi tem evoluído e treinado bastante, mas na decisão não encontrou boas ondas e finalizou em quarto.
MASTER
Ben Borges foi o vice na Open, mas entre competidores acima de 35 anos aplicou fortes batidas de backside sempre no crítico e faturou a Master. O niteroiense Gilmar Catelani foi um dos melhores surfistas da cidade nas décadas de 80 e 90, e atualmente reside nas Ilhas Canárias. Aproveitou a oportunidade de estar visitando sua família e voltou a participar de um campeonato da ASN. Correu três categorias, chegou na final da Master, acertou um forte floater de backside e garantiu o segundo posto. Marcílio Marques disputou duas finais e desta vez ficou em terceiro. Floriano Pinheiro era um dos favoritos para vencer. Arriscou tudo com um floater em uma junção pesada, que poderia ter lhe dado a vitória e surfou muitas ondas. Como em qualquer esporte, as vezes as coisas não acontecem como planejado, mas ele marcou sua presença na final na quarta colocação.
KAHUNA
O carioca Luiz Menezes é assíduo frequentador do Circuito ASN. Na semana anterior ele já tinha vencido o campeonato em Saquarema e em Itacoatiara demonstrou que continua com o surf afiado. Tinha uma boa nota conquistada em uma direita no início da final e encontrou a onda salvadora perto do término para pular para primeiro na Kahuna. Marcelo Ribeiro adotou a estratégia de escolher as direitas em direção a pedra, se manteve na frente mas sofreu a virada e terminou em segundo. Vinicius Boneco, local do Recreio e Prainha, compareceu pela primeira vez para competir em Itacoatiara, garantiu vaga na decisão e ficou em terceiro. Marcílio Marques arriscou tudo em uma junção para melhorar sua pontuação mas acabou trincando sua prancha e fechou sua participação em quarto.
GRAND KAHUNA
André Magrita começou a decisão devagar, mas na segunda metade da bateria encontrou duas esquerdas com potencial, soltou seu surf e venceu mais uma vez a Grand Kahuna. Marcílio Rodrigues abriu bem a bateria, começou na frente mas foi ultrapassado por Magrita e finalizou em segundo. Rogério Alvarez tentou uma reação ao finalizar uma direita com três manobras, mas não teve tempo de correr atrás da segunda nota e ficou em terceiro. Alfredo Simon se manteve ativo durante toda disputa, arriscou bastante mas não finalizou suas manobras e parou em quarto.
JUNIOR
As duas categorias de base do circuito principal tiveram disputas emocionantes entre dois amigos e promessas do esporte de Niterói. Deryck Hoida Ramos achou uma esquerda no início da disputa e aplicou quatro manobras. Liderou toda bateria da Sub-18 mas no minuto final Pedro Henrique Barbosa arriscou tudo e completou uma batida em uma junção crítica. Quando ambos já estavam na areia a nota foi anunciada e Pedro Henrique conseguiu a virada emocionante por apenas um décimo. O carioca e local de São Conrado, Moisés Estevan, mostrou intimidade com as ondas de Itacoá, surfou solto e garantiu a terceira colocação. Yuri da Hora é mais um da safra de jovens surfistas de Piratininga e completou a final em quarto.
MIRIM
Já na Sub-16 Deryck deu o troco. Também começou na frente, mas dessa vez manteve a liderança de ponta a ponta e se tornou campeão. Pedro Henrique Barbosa sempre foi um bom skatista e vem evoluindo rápido no surf, venceu a Júnior mas na Mirim foi o segundo. Como eles foram os melhores niteroienses nas categorias de base, garantiram suas vagas no Time ASN para disputar o Circuito Estadual. Moisés Estevan marcou presença em mais uma final, repetiu a mesma colocação e finalizou em terceiro. Rafael Oberlander é de uma família de bons surfistas, mais uma promessa de Piratininga e terminou em quarto.
A vibração e o clima positivo na entrega de prêmios refletiu o que foi o retorno do Circuito ASN. Atletas, organizadores e comissão técnica aguardaram ansiosos por esse momento. Foi mais do que o retorno das competições, foi a volta dessa grande confraternização entre os melhores surfistas de Niterói e das cidades vizinhas.
O Circuito ASN 2022 tem patrocínios da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, Puro Suco, Pena, Túnel Crew e North Shore Surfboards.