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Foto/Divulgação: Renato Mangolin

Indicado ao Prêmio Shell de Teatro, o monólogo transforma a história da tartaruga mais velha do mundo em uma celebração da potência e resistência da juventude negra. 


O monólogo Jonathan fará única apresentação no Sesc São Gonçalo nesta sexta-feira (21), às 19h. Escrita e encenada por Rafael Souza-Ribeiro, com direção de Dulce Penna, a peça foi indicada ao Prêmio Shell de Melhor Direção e Melhor Dramaturgia e parte da história real da tartaruga mais velha do mundo para refletir sobre o amadurecimento de um jovem negro em busca de seu protagonismo.

Na trama, a vida da tartaruga cruza com a de outro Jonathan: um jovem de 17 anos, tratador de animais, que herdou o nome do bicho e o ofício do avô — ainda que contra sua vontade. Enquanto passa a limpo a história da ilha onde vive, da tartaruga e da família, ele se vê às voltas com os próprios sonhos e com a transição para a vida adulta, numa jornada de reviravoltas e descobertas. Misturando autoficção, noticiário, poesia, humor e fantasia, Jonathan constrói uma narrativa doce e contundente, que descortina as mazelas do colonialismo e da intolerância, ao mesmo tempo em que celebra a potência da juventude negra viva.

A ideia da peça surgiu em 2017, quando Rafael leu, em um jornal, sobre Jonathan — a tartaruga que vive na ilha de Santa Helena, um dos lugares mais isolados do planeta. Há mais de um século, Jonathan é símbolo daquele antigo território colonial britânico no meio do Atlântico, estampando camisetas, bonés e até a moeda de 5 centavos. Ao se deparar com o perfil da tartaruga traçado pelo jornal — que detalhava as peripécias do animal e toda a indústria do turismo em torno dele —, Rafael pensou: “Tem teatro aí!” e criou uma fábula contemporânea sobre o tempo, o amadurecimento e a reinvenção do mundo.

“A ficção me permitiu desobedecer um pouco a história oficial e dar voz a quem sempre foi silenciado. Jonathan é uma peça sobre o que permanece, o que precisa mudar e sobre como um corpo em movimento pode conter um mundo inteiro”, afirma Souza-Ribeiro.

Nascido em 1832, Jonathan, uma tartaruga gigante das Seychelles, foi dado como presente da Coroa Britânica à remota ilha de Santa Helena, um território ultramarino britânico no meio do Atlântico, considerado um dos lugares mais isolados do mundo. Quando nasceu, há 192 anos, ainda não existiam a fotografia, o telefone nem a lâmpada incandescente. A Torre Eiffel não havia sido construída, e Napoleão Bonaparte (que passaria seus últimos dias exilado na mesma ilha) tinha apenas 18 anos de idade. Segundo o Livro dos Recordes, Jonathan detém o título de tartaruga mais velha do mundo e é o mais longevo testudine (grupo que inclui todas as tartarugas, cágados e jabutis) já registrado na história.

A circulação desta peça foi contemplada pelo edital Sesc RJ Pulsar 2024/25.

Sinopse
A vida de Jonathan se transforma a partir do momento em que ele se vê obrigado a cuidar da tartaruga mais velha do mundo e zelar por sua vida numa ilha perigosamente reacionária.

Ficha Técnica
Texto e atuação: Rafael Souza-Ribeiro

Direção: Dulce Penna
Direção de produção: Carolina Bellardi [Pagu Produções Culturais]
Preparação corporal: Luciano Caten
Figurino: Carla Ferraz
Desenho de estampa: Verônica Bechara
Costura: Ateliê das Meninas
Visagismo e maquiagem: Diego Nardes
Iluminação e operação de luz: Paulo Denizot
Cenário: Dulce Penna e Dodô Giovanetti
Cenotecnia: Dianny Pereira e Dodô Giovanetti
Trilha sonora: Arthur Ferreira
Operação de som: Eder Martins de Souza
Intérprete de LIBRAS: Claudia Chelque
Assessoria de imprensa: Lyvia Rodrigues [Aquela Que Divulga]
Arte gráfica: Ludmila Valente [Brainstorm Design]
Fotografia: Renato Mangolin e Sabrina Paz
Coordenação de produção: Verde Flecha Cultural

 

Rafael Souza-Ribeiro – dramaturgo e ator

Um dos roteiristas de Beleza Fatal, primeira novela da plataforma Max, lançada em 2025, Rafael Souza-Ribeiro, o Rafuda, foi indicado aos prêmios Shell, APTR e Prêmio do Humor em 2024, com dois textos diferentes. Natural de Volta Redonda (RJ), teve 14 peças encenadas, reconhecidas pela força dos diálogos e impacto emocional. Vencedor do Prêmio CBTIJ de Texto Original em 2023, também escreveu para A História de Uma Planta (GNT), Vicky e a Musa (Globoplay), Amar É Para os Fortes (Prime Video) e Férias em Família (Multishow). Atuou como curador do FRAPA e desenvolve novos projetos para a Max.

Dulce Penna – diretora

Dulce Penna é diretora indicada ao Prêmio Shell, produtora e atriz, formada em Direção Teatral pela UFRJ. Estreou como diretora e dramaturga em 2010 com a peça 201, recebendo excelente crítica. Atuou como diretora assistente em montagens como Amérika!As Horas Entre Nós e A Dona do Fusca Laranja. No elenco de peças como O BigodeTeatro do Saara e Heroína Solitária — que lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival Ziembinski — também integrou o premiado espetáculo infantil Malala, a Menina que Queria Ir para a Escola, vencedor do CBTIJ de Melhor Produção.

Serviço
Jonathan

Onde: Sesc São Gonçalo

Quando: 21/06 (sexta-feira), às 19h
Endereço: Av. Pres. Kennedy, 755 – Estrela do Norte, São Gonçalo – RJ
Ingressos: R$ 15,00 (inteira), R$ 7,50 (Credencial Sesc Convênio ou meia-entrada para casos previstos por lei, estendida a professores e classe artística mediante apresentação de registro profissional ou programa Mesa Brasil*), R$ 5,00 (Credencial Sesc Plena), gratuito (público inscrito no programa PCG).
Duração: 70 minutos
Faixa etária: 12 anos


Fonte: Lyvia Rodrigues

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