A cidade de Itaboraí completa nesta quarta-feira (22) 186 anos de emancipação político-administrativa. Mas, além da data, o município tem muito o que comemorar este ano. O retorno das obras do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), através das obras da Unidade de Processamento de Gás (UPGN), promete trazer de volta o crescimento econômico e social da cidade. Até 2020, milhares de empregos deverão ser gerados em Itaboraí, o que já causa reflexos na cidade. Todos os dias o posto do Sistema Nacional de Emprego (Sine), é procurado por aqueles que buscam a conquista de uma vaga de trabalho. A maioria sonha com uma oportunidade no Comperj. Itaboraí foi o município que mais sofreu com a paralisação do Comperj, hoje a cidade já respira com a expectativa de novos investimentos e cobra das empreiteiras a contratação de mão de obra local, evitando a busca de profissionais em outros estados, como já aconteceu na gestão passada. O chefe do Executivo, Dr. Sadinoel, tem arregaçado as mangas em busca de recursos em Brasília e no estado para que sua cidade continue crescendo. No ano passado a queda de receita, as dívidas e o atraso de pagamentos dos servidores foi um sinal de uma crise sem fim, mas Dr. Sadinoel conseguiu com que a cidade de Itaboraí saísse da lista de restrição do Cadastro Único de Convênios (Cauc), uma espécie de Serasa das prefeituras, no qual estava desde abril de 2016, para colocar a cidade em ordem novamente foi preciso cumprir 13 itens exigidos pelo Tesouro Nacional, além de acertar também os salários atrasados e outras dívidas.
UM POUCO DA HISTÓRIA:
“ITABORAÍ” É UMA PALAVRA DE ORIGEM TUPI QUE ADMITE DUAS ETIMOLOGIAS: “Rio da pedra bonita”, através da junção dos termos itá (pedra), porã (bonita) e ‘y (rio). “Rio das pedras brilhantes”, através da junção de itá (pedra), berab (brilhante) e y (rio).
Por volta do ano 1000, povos de língua tupi procedentes dos vales dos rios Madeira e Xingu, na margem direita do rio Amazonas, invadiram a maior parte do atual litoral brasileiro, expulsando seus habitantes anteriores, falantes de línguas pertencentes ao tronco linguístico macro-jê, para o interior do continente. No século 16, quando os portugueses chegaram à região da baía de Guanabara, esta era ocupada por um desses povos tupis: os tupinambás, também chamados tamoios. Os índios tamoios que habitavam a região da atual Itaboraí foram reunidos no aldeamento jesuíta de São Barnabé.
Ao mesmo tempo, a região começou a ser ocupada por colonizadores portugueses, que, nela, implantaram engenhos de açúcar baseados no trabalho escravo de índios e negros. Em 1612, foi construída uma capela dedicada a santo Antônio. Em 1672, foi inaugurada a capela de São João Batista. Em 1696, foi fundada a freguesia de São João Batista de Itaboraí. Em 1697, foi fundada a vila de Santo Antônio de Sá.
De 1700 a 1800, a freguesia de São João de Itaboraí apresentou um notável desenvolvimento. Em 1759, os jesuítas foram expulsos da região e o aldeamento de São Barnabé passou para administração leiga. Em 1778, a freguesia de São João de Itaboraí era a mais importante da vila de Santo Antônio de Sá, considerada um grande centro agrícola. Em 1780, grande parte do açúcar produzido pelos oitenta engenhos das freguesias próximas era embarcado em caixas de madeira nos catorze barcos pertencentes ao porto (daí o nome Porto das Caixas). O açúcar era também embalado em cerâmicas produzidas nas próprias fazendas, o que gerou a tradição das olarias que persiste até hoje no município.
Em 1829, a freguesia de São João de Itaboraí foi atingida por uma epidemia de malária, causando muitas mortes e grande prejuízo para a região. Em 15 de janeiro de 1833, através de um Decreto Imperial, a freguesia foi elevada à categoria de Vila e, a 22 de maio do mesmo ano, instalou-se a primeira Câmara de Vereadores (daí, o nome da atual avenida 22 de Maio).
A partir de 1850, os transportes fluviais foram gradualmente substituídos pelos ferroviários e, em 23 de abril de 1860, com a inauguração do primeiro trecho da Estrada de Ferro Niterói–Cantagalo, Itaboraí consolidou a sua importância econômica, pois recebia toda a produção de gêneros do nordeste fluminense pela ferrovia e a enviava em embarcações pelo Rio Aldeia até o Rio Macacu, deste seguinte até a Baía de Guanabara para ser comercializada. Contudo, a Vila de Santo Antônio de Sá começou a entrar em decadência, pois perdia a sua condição de entreposto comercial.
Em 5 de julho de 1874, foi inaugurada a Estrada Ferro-Carril Niteroiense, partindo de Maruí, em Niterói, até Porto das Caixas. A estrada fazia a ligação de Nova Friburgo e Cantagalo diretamente ao porto da capital da província, Niterói, substituindo o transporte fluvial realizado através de Porto das Caixas. A construção da estrada foi uma das principais causas do declínio do porto e, por consequência, da Vila de São João de Itaboraí – este último, também agravado pela libertação dos escravos em 1888, que levou muitos fazendeiros à falência.
No século XX, entre as décadas de 1920 e 1980, teve grande destaque, na economia do município, a produção de laranjas, quando o município ganhou a alcunha de “terra da laranja” por ser o segundo maior produtor nacional dessa fruta.
Em 2012, com os avanços na construção do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (COMPERJ), a cidade experimentou um “boom” imobiliário, com a construção de modernos edifícios corporativos, shopping center, hotéis de bandeira nacional e internacional, empreendimentos residenciais e o advento de novas lojas e negócios para Itaboraí. Com isso, a cidade passou a ser considerada o “El Dorado” fluminense , com excelente expectativa de crescimento e expansão populacional, proporcionando à cidade recordes jamais presenciados pela cidade ainda em clima rural. Desta forma, Itaboraí passou a atrair investimentos secundários à Refinaria.