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Foto/Divulgação

Enfermidade que acomete 1% da população mundial, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença celíaca tem riscos mais altos de afetar alguns grupos de pessoas. Como explica Paulo Mafra, gastroenterologista do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC): “O principal grupo de risco é o formado por parentes de primeiro e segundo grau de pessoas que têm a doença. Também pacientes de diabetes tipo 1, que têm tireoidite autoimune, Síndrome de Turner e Síndrome de Down, estenose pulmonar, além de pacientes de outras doenças autoimunes”.

Muitas vezes, a doença celíaca demora a ser diagnosticada. Mas pode causar alterações sérias no intestino delgado e provocar problemas maiores pela má absorção. É uma doença que se caracteriza pela intolerância ao glúten – proteína encontrada no trigo, aveia e cevada. Ao ingerir glúten, o doente celíaco apresenta, normalmente, inflamação no revestimento intestinal.

“Sintomas clássicos, relacionados à má absorção, incluem diarreia com grande quantidade de gordura, perda de peso e deficiências de vitaminas e nutrientes”, continua Mafra, sublinhando que, embora a maioria das pessoas apresente sintomas gastrointestinais, pode haver manifestações extraintestinais ou mesmo casos de doentes assintomáticos.

Por isso, ele aconselha atenção a pacientes que apresentem anemia de ferro sem causa definida, aumento das enzimas hepáticas sem diagnóstico, fadiga, dores de cabeça recorrentes, perda fetal recorrente, partos com nascimentos de crianças com baixo peso, estomatite e aftose persistente, doença óssea metabólica e osteoporose prematura.

O médico alerta, ainda, que há um risco aumentado de câncer em pacientes com doença celíaca não tratada, principalmente casos de linfoma e câncer gastrointestinal. O diagnóstico da doença vai se basear na investigação clínica, considerando a genética do paciente, testes sorológicos e biópsia do intestino delgado.

“O principal pilar do tratamento é a dieta isenta de glúten, durante toda a vida, associada a outras medidas, que incluem a reposição de deficiências nutricionais e vitamínicas, prevenção da perda óssea e a vacinação do pneumococo”, detalha Mafra, antes de concluir que para casos que não apresentem resposta adequada à dieta isenta de glúten, será fundamental o acompanhamento adequado por especialista.

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