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Foto/Divulgação

A ação, em parceria com o MetrôRio, pretende tornar os homens aliados na luta contra o assédio nos transporte de massa

Cerca de 97% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio nos transportes públicos. O dado, do Instituto Patrícia Galvão, é um sinal de alerta e um dos motivos que levou o Programa Empoderadas, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, a atuar em parceria com o Metrô Rio em um trabalho de acolhimento às vítimas e de denúncia dos agressores. A proposta é capacitar os funcionários, que lidam diretamente com o público que utiliza esse tipo de transporte, para que estejam aptos a lidar com situações de violência contra a mulher.

O Empoderadas atua em todo o estado na garantia do direitos da mulher e no combate a violência por meio dos sinais que a antecedem. Além disso, usa técnicas esportivas como combate e proteção para mulheres. Em um primeiro momento, fez treinamento com as funcionárias da concessionária dando capacitação não apenas para que estejam preparadas para acolher mas, também para buscarem ajuda até mesmo de policiais quando necessário. Já são quatro anos de parceria e agora, o projeto entra em uma nova fase. Desta vez, a proposta foi direcionada aos homens que trabalham nas estações. O treinamento com os rapazes do Metrô Rio aconteceu nesta quinta-feira, dia 15 de dezembro, e durou quase três horas. Para Erica Paes, fundadora e coordenadora do Empoderadas essa etapa é fundamental no combate a violência contra a mulher:  

“Esse é um trabalho inédito com homens. Nós não somos contra os homens, e sim contra a violência. Nesta parceria com o Metrô Rio nós ensinamos ferramentas para que os homens saibam como reagir para atender a uma possível vítima de violência. No metrô existe o botão de emergência e a equipe está recebendo treinamento para conduzir esse agressor até os policiais militares que vão encaminhar essa pessoa para uma delegacia da mulher. Nosso objetivo é transformar esses funcionários em ferramentas de acolhimento para essas mulheres. E ensinar como podem intervir de uma forma segura em casos de violência. Esses ensinamentos servem para vida dentro e fora do Metrô”, ressalta Erica Paes.

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Professor do programa, Synthio Roubert, fala de sua própria experiência. Ele conta que, a partir do momento, que começou a estudar as violências que a mulher sofre, percebeu que já foi um agressor e hoje trabalha no programa mostrando para outros homens como se dá essa agressão.

“Eu muitas vezes cometia uma violência psicológica ou moral com a minha ex-mulher. Quando comecei a estudar, liguei e contei que estava no Empoderadas. E que eu precisava pedir desculpas. Essa ferramenta que a Érica me deu foi fundamental. – relata o professor Synthio Roubert.

 

Conforme os professores do programa relatavam suas vivências em relacionamentos antigos e casos familiares, os homens que assistiam se sentiram à vontade para contar algumas experiências:

“Eu trabalho com serviço braçal. No primeiro dia que recebemos uma colega mulher, nós falamos que ela teria um serviço mais mole que o nosso. E ela acabou nos ajudando em áreas que nem imaginávamos. Confesso que eu não sabia o que era uma violência moral. Agora me sinto na obrigação de impedir que casos como esse aconteçam de novo, se eu puder evitar, vou cortar logo o assunto”, conta um dos homens que participaram da palestra.

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Sobre o Empoderadas

O programa Empoderadas atua na garantia do direitos da mulher e no combate a violência por meio dos sinais que a antecedem. Atualmente, o projeto conta com 46 unidades com aulas semanais em todo o estado. Além disso, faz workshops com técnicas esportivas em diversos espaços no Estado com o objetivo de reduzir a violência contra a mulher e, principalmente, evitar o feminicídio.

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