Área foi arrematada por R$ 96 milhões, 50% do valor inicial proposto, de R$ 192 milhões
O governo do estado arrematou, em leilão realizado nesta quarta-feira (16/03), a área do estaleiro Caneco, no bairro do Caju, região portuária do Rio de Janeiro. O objetivo é implantar um complexo pesqueiro e um condomínio industrial no local. A área foi arrematada por R$ 96 milhões, 50% do valor inicial proposto, de R$ 192 milhões.
– A economia do mar faz parte do DNA do Estado do Rio, que já ocupou o primeiro lugar na pesca extrativa marinha brasileira. Temos mais de 630 quilômetros de costa, somos o terceiro litoral mais extenso do Brasil e o principal consumidor de pescado do país. Vamos recuperar o protagonismo desse importante setor da economia, que gera tantos empregos para a população fluminense – destaca o governador Cláudio Castro.
A aquisição da área do estaleiro está alinhada com as iniciativas do Governo do Rio em prol do setor pesqueiro do estado, como o Decreto nº 47.813/2021, que institui a Comissão de Desenvolvimento da Economia do Mar (Cedemar), a Lei nº 9.466/2021, que cria a política estadual de incentivo à economia do mar como estratégia de desenvolvimento socioeconômico do Rio de Janeiro, e a Lei nº 9.545/2022, que dispõe sobre a implantação do Complexo Pesqueiro do Estado do Rio de Janeiro e autoriza o estado a buscar parcerias público-privadas para a realização do empreendimento.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Vinicius Farah, diz que a criação de um Complexo Pesqueiro para o estado atende a uma demanda do setor, apresentada em reuniões da Cedemar, e explica que a área tem grande potencial para atração de empresas:
– Com 135 mil m², o Complexo Caneco possui uma infraestrutura já existente, um amplo cais para atracação de embarcações e descarga de pescado, um galpão que comporta a comercialização do pescado, e localização estratégica, próximo à ponte Rio-Niterói, a rodovias importantes e a um dos portos mais competitivos do país para distribuição de cargas para os Estados Unidos e Europa.
Há 30 anos, o Rio de Janeiro ocupava a primeira posição na produção de pescado marinho no país, com significativa geração de empregos. Contava com cerca de 20 grandes indústrias de conserva de pescado instaladas na região da Baía de Guanabara, entre elas a Gomes da Costa e a Coqueiro.
– A implantação de um entreposto pesqueiro será o início da recuperação do setor, atraindo indústrias beneficiadoras e proporcionando melhor qualidade para o produto final e para os seus colaboradores. A centralização do desembarque de pescado permitirá melhores estatísticas e gestão, assim como uma melhor promoção de políticas públicas para o setor – avalia o secretário Farah.
Fundado em 1886, o estaleiro Caneco foi um dos principais do país, desde o início da indústria de construção naval. O espaço tinha capacidade para construir navios de até 2.500 toneladas e ainda contava com uma ponte rolante com capacidade para levantar até 5.000 toneladas.
– Com a iniciativa, o Governo do Rio dará uma nova utilidade para um espaço que estava ocioso, reunindo todos os segmentos da cadeia produtiva da pesca e aquicultura e fomentando a economia fluminense – reforça o secretário.