02 PERSONAGEM ISAIAS

O menino Isais. Foto/Divulgação: Bruno Eduardo Alves

Hospital é referência em atendimento pediátrico na região metropolitana do estado

Prestes a completar nove anos de reabertura, o Getulinho, como é carinhosamente chamado, já atendeu 550 mil casos de emergências – 6,5 mil só em julho deste ano. Os números não param por aí: de 2013 para cá, o hospital já contabilizou mais de 16 mil internações, 4 mil cirurgias e 125 mil consultas eletivas. Além da população de Niterói, o Getulinho atende moradores de São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, Silva Jardim e Tanguá, entre outros em sua emergência e ambulatório, e contribui com a oferta de leitos de UTI para todo o estado.

De acordo com a Prefeitura de Niterói, os números apontam uma tendência de crescimento da média de atendimentos anuais, que em 2013 era de 4 mil e em 2022 pulou para cerca de 6 mil.

Quem é atendido fala – Carlos Daniel Pequeno, auxiliar de topografia, mora em Rio do Ouro, em São Gonçalo, e é padrasto do Isaías, de 5 anos. Há mais de três anos, a criança faz tratamento nefrológico semanal no Getulinho.

“Vim por encaminhamento, pois lá em São Gonçalo, não havia esse tipo de especialidade disponível na rede pública. Desde a faxina até ‘lá em cima ́ não tenho do que reclamar. Isaías recebe um tratamento maravilhoso aqui de todos e aqui ele se sente em casa”, ele afirma.  

Já Amanda de Abreu, técnica de enfermagem, moradora de Raul Veiga, em São Gonçalo, é mãe da Isabela, de 2 anos, e afirma que não há comparação do atendimento do Getulinho com outros hospitais públicos infantis da redondeza.

“Minha filha foi atendida na emergência no domingo pela manhã, ela está com celulite na face, por isso foi internada desde então para fazer antibiótico venoso. Vim para cá e não para um hospital da minha cidade, porque tanto o atendimento quanto os recursos, o cuidado daqui são bem melhores. Desde que perdi meu plano de saúde, sempre venho para cá quando preciso e não há diferença nenhuma com relação ao particular. Se eu tivesse um atendimento desse perto da minha casa, seria muito melhor!”, afirma.

A atendente de telemarketing Natália Vieira, mãe da Rebecca, de 1 ano e 4 meses, mora no Arsenal, em São Gonçalo, está com a filha internada há 13 dias no Getulinho, informa que, quando há emergência em casa com a filha, se encaminha ao hospital em Niterói.

“Em São Gonçalo, tive muitos problemas com o atendimento da minha filha e ela quase morreu. Então, só trago ela ao Getulinho.”

Os números do crescimento – De acordo com o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, que foi diretor do hospital entre 2017 e 2019, ver o crescimento do Getulinho é motivo de muito orgulho. “Tenho muita alegria de ter sido diretor do hospital e ter compartilhado com sua equipe muito dedicada, que preza por um atendimento de qualidade e que sempre cuida das nossas crianças com carinho. Ver o quanto o Getulinho cresce a cada ano me faz acreditar que estamos no caminho certo e me faz ter esperança de que podemos seguir em frente e conseguir muito mais”, disse o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira.

Sobre o Getulinho – Referência em atendimento de pediatria, o Getulinho, que desde 2013 funciona aberto 24 horas por dia, 7 dias na semana, na emergência. Conta com ambulatório de especialidades ofertando consultas para Alergia, Cardiologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Endocrinologia, Ambulatório de seguimento para pacientes pós internação, Hematologia, incluindo atendimento à Doença Falciforme, Nefrologia, Neurologia, Nutrição, Nutrologia, Odontologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Pediatria T21, especializado em crianças com Síndrome de Down, Pneumologia.

O Getulinho possui 51 leitos distribuídos em unidades de internação clínica e cirúrgica e de terapia intensiva, além dos 10 leitos de observação. Sua estrutura também conta com Centro Cirúrgico, que possui toda a estrutura necessária para a realização de cirurgias pediátricas. Atualmente realiza cirurgias nas especialidades de otorrinolaringologia, ortopedia, plástica e geral com mais de 19 tipos diferentes tipos de cirurgias eletivas.

Os médicos especialistas que fazem o ambulatório, também são responsáveis pelo parecer dos pacientes internados na unidade. O hospital além de realizar exames e procedimentos de apoio diagnóstico para pacientes internados, também oferece exames diagnósticos a RAS, como ecocardiograma, radiologia, ultrassonografia, eletrocardiograma e eletroencefalograma.

A equipe é multiprofissional, composta por médicos pediatras, intensivistas e especialistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos, técnicos de aparelho gessado e de radiologia, lactaristas, além da equipe de apoio administrativo, ouvidoria, engenharia clínica, manutenção predial e serviços gerais.

Além das especialidades médicas, a unidade oferece também o serviço de “Pedagogia Hospitalar” (profissionais que desenvolvem ações educacionais com crianças e adolescentes internados), além de grupos de voluntários e de “Contadores de Histórias”.

O Getulinho hoje representa importante campo de formação profissional para nível técnico, de graduação e pós-graduação. Exemplo dessa parceria são os cursos de medicina e enfermagem da UFF, pós-graduação em medicina pediátrica da PUC-Rio. Também participa de pesquisas locais e nacionais importantes na sua área de atuação.

Histórico – O Getulinho foi inaugurado em 29 de setembro de 1954 e, de acordo com registro histórico, o hospital surgiu como o primeiro local especializado em atendimento pediátrico no Estado do Rio de Janeiro, seguindo até hoje como referência na especialidade. O Getulinho foi idealizado por Alzira Vargas e foi batizado em homenagem ao filho do ex-presidente do Brasil, Getúlio Vargas, que faleceu ainda jovem, aos 23 anos de idade, devido à paralisia infantil.

O Hospital foi municipalizado em 1992. Apesar de ser o único hospital especializado em atendimento pediátrico para Niterói, São Gonçalo e adjacências, teve a emergência fechada em 2011 por falta de condições de funcionamento. Em 2013, depois de dois anos parada, a emergência do Getulinho voltou a funcionar.

“Um hospital tão importante como esse não podia ficar fechado por tanto tempo. Foi um período de grande perda para a população do entorno”, esclarece o secretário. O Getulinho hoje atende uma média de 300 pessoas diariamente na emergência e ambulatório. “Nosso objetivo é que esse número cresça cada vez mais”, completa.

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