Remoção facilitará o trabalho de pescadores na região da Ilha da Conceição, em Niterói
A força-tarefa, liderada pela autoridade portuária PortosRio e integrada pela Capitania dos Portos, secretaria estadual de Energia e Economia do Mar, secretaria estadual de Ambiente e Sustentabilidade, Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e Prefeitura de Niterói, começou, nesta quinta-feira (29/6), a retirada de mais cinco embarcações abandonadas na Baía de Guanabara. Os barcos estão encalhados na altura da Ilha da Conceição, em Niterói, próximos a um cais utilizado para descarregar peixes.
Abandonadas há pelo menos cinco anos, as embarcações e carcaças oferecem risco à navegação, além de dificultar o trabalho de pescadores. O trabalho de retirada de embarcações abandonadas na baía começou em 17 de maio, com um barco que estava à deriva há mais de uma década. E é orientado por um relatório da Capitania dos Portos, que identificou 51 embarcações e cascos abandonados na região. Todos eles receberam a declaração de perdimento (perda da propriedade) da autoridade marítima, etapa essencial para o início de sua remoção.
– Essas embarcações dificultam o acesso dos barcos de pesca ao cais, diminuindo a área de atracação e obrigando os pescadores a esperar mais tempo para conseguir atracar e descarregar seus barcos. Além disso, oferecem risco de acidentes durante as manobras. O trabalho de retirada das embarcações abandonadas será continuo. É uma ação importantíssima e que só pode ser realizada com a união de esforços de instituições estaduais, federais, municipais e parceiros da iniciativa privada – afirmou o secretário estadual de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal.
O presidente da autoridade portuária PortosRio, Álvaro Sávio, estima que a retirada das cinco embarcações será concluída em 25 dias. Os barcos são construídos, majoritariamente, de madeira e têm porte médio, o maior deles com cerca de 28 metros.
– Vamos retirar todas as embarcações listadas no relatório da Capitania dos Portos e transformar a Baía de Guanabara em um ambiente saudável, beneficiando o meio ambiente, a economia e o turismo. A retirada desses cinco barcos é uma ação minuciosa, até porque vai ser realizada sem a interdição total do cais. Serão utilizados mergulhadores, balsas com barreira de contenção e guindastes para retirar as partes maiores e mais pesadas. As condições da maré também são essenciais para o sucesso do trabalho no prazo estimado – explica Sávio.
Aníbal Rodrigues de Souza, de 57 anos, começou a pescar aos 15 e hoje tem seu próprio barco. Ele conta que a retirada das cinco embarcações abandonadas no cais vai agilizar o descarregamento e tornar o trabalho dos pescadores mais seguro.
– Hoje, uma parte importante do cais não pode ser utilizada devido às embarcações encalhadas. Com isso, a gente perde horas com o peixe no barco para descarregar. E quando a maré está mais alta e agitada, por exemplo, é difícil manobrar por conta do risco de acidente. Se um barco de madeira se chocar com um mastro de um dos barcos encalhados, o prejuízo será grande – diz o pescador.
Após a retirada das cinco embarcações e carcaças abandonadas do mar, a Prefeitura de Niterói, por meio da secretaria municipal de Desenvolvimento, ficará responsável pela destinação final do material.