Secretário municipal de Trabalho e Renda aposta em crescimento dos chamados empregos verdes na cidade
O uso de energia solar mais do que dobrou no país, de 2021 a 2024. Este crescimento significa mais energia limpa no mercado e oportunidades de trabalho. Dessa forma, é necessário ampliar a qualificação dos profissionais da área. E mais: multiplicar ações como as realizadas pela Prefeitura do Rio – a cidade é hoje a primeira da América Latina a utilizar energia renovável para abastecer órgãos públicos, graças ao programa “Rio de Energia Verde – Aquisição de Energia Limpa e Renovável no Mercado Livre de Energia”. Estas foram apenas algumas das conclusões do estudo “Energia Solar: Desenvolvimento Social e Empregos Verdes’’, lançado nesta semana pela Secretaria Municipal de Trabalho e Renda (SMTE), em parceria com a ONG Revolusolar, no auditório do Planetário do Rio, na Gávea. O documento, elaborado a partir de questionário enviado a empresas do setor, fez um diagnóstico e elaborou propostas para ampliar o uso da energia solar no Rio de Janeiro.
“O Rio de Janeiro, por todo o seu conjunto ambiental, traz um ativo para impulsionar nossa cidade a atrair novos negócios, uma nova indústria, um novo mundo do trabalho voltado para o desafio desse século que é o da transição energética. Essa nova indústria que surge com a energia fotovoltaica permite que a gente construa um processo de equidade de vários grupos sociais que ainda estão excluídos do mercado”, defendeu o secretário municipal de Trabalho e Renda do Rio, Everton Gomes.
Em parceria com a iniciativa privada, a Prefeitura do Rio está implantando o Solário Carioca – uma usina solar fotovoltaica (UFV) de potência nominal de 5 MW, que vai funcionar no modelo de minigeração distribuída, no aterro sanitário de Santa Cruz. No Chapéu Mangueira e no Morro da Babilônia, no Leme, o Espaço de Desenvolvimento Infantil Dona Marcela e a quadra esportiva comunitária, construídos pela Prefeitura do Rio, são abastecidos por energia solar.
Do encontro no Planetário do Rio, participaram o subsecretário de Energia e Economia do Mar do Estado do Rio de Janeiro, Felipe Peixoto; o diretor da Autoridade do Desenvolvimento Sustentável do Estado do Rio de Janeiro, Paulo Protásio; o presidente do Comitê do G20 no Rio, Lucas Padilha; Marcelo Ramos, do Profissionais do Futuro, agência de cooperação alemã (GIZ); e Ilan Cuperstein, diretor regional para América Latina da C40 – uma rede global de 97 prefeitos das principais cidades do mundo que estão unidos para enfrentar a crise climática.
Participaram também do lançamento do estudo sobre energia solar, Allan Marchione, gerente de empregos verdes da SMTE; Patricia Sousa, coordenadora do GT Cidades Sustentáveis da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (ABRAPS); Eduardo Avila, diretor executivo da Revolusolar; Graziella Albuquerque, coordenadora de Relações Institucionais e Governamentais da Revolusolar; e Dinei Medina, embaixador comunitário da Revolusolar.
“A transição energética justa e inclusiva, de forma a combater a pobreza energética, é um dos grandes desafios da humanidade. O Brasil, especialmente o Rio, pode liderar este processo pelo exemplo. Temos aqui a primeira cooperativa de energia solar em favelas, e em 2024 a Revolusolar está expandindo nacionalmente seu modelo de energia solar social. Agora é a vez de governos e empresas se mobilizarem. As prefeituras podem ter um papel central na transformação do setor energético, utilizando a energia solar descentralizada para benefício da população”, defende Eduardo Ávila, diretor executivo da Revolusolar.
Fonte: Ana Paula Araripe e Luacas Alvares