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Foto/Divulgação: Governo do México

Estudantes vivenciam em data tradicional do México o que é aprendido em sala de aula

Um dia especial, com foco em recordar os ciclos da vida e da morte. Assim é o Día de Los Muertos (Dia dos Mortos), uma data tradicional da cultura mexicana, que foi celebrada na manhã desta quarta-feira (01/11) no Ciep 413 Adão Pereira Nunes – Intercultural Brasil-México, em São Gonçalo. Este festejo acontece desde os tempos dos astecas e dos maias para relembrar aqueles que partiram, tanto os entes queridos que morreram recentemente como aqueles que já se foram há muito tempo.

O diretor-geral da escola, Sidney Júnior, contou que os alunos vivenciaram o que é aprendido nas salas de aula. 

– Essa dinâmica ajuda para que todos esses jovens participem e apreciem toda a arte e cultura mexicana – explicou Sidney.

O evento contou com a participação do cônsul-geral do México, Heitor Valezzi, que se emocionou com as apresentações.

– Estamos desenvolvendo este projeto na escola há anos, e sempre me emociono. O trabalho está dando certo e é maravilhoso vir a São Gonçalo vivenciar este dia, tão significativo em meu país. Uma comemoração de centenas de anos revivida aqui. Agradecemos demais essa valiosa parceria – declarou o cônsul.

Na cultura mexicana, acreditava-se que a vida e a morte eram parte de um ciclo. Sendo assim, o fim da vida não é realmente um “fim”. Para eles, após as pessoas morrerem, as almas passariam a residir com os deuses, e, segundo a crença popular, elas retornariam para visitar seus entes queridos nesta data festiva — o que requer uma recepção calorosa.

O Ciep Intercultural Brasil-México celebrou o Día de Los Muertos com muita animação e diversas atividades, como apresentações, danças, comidas típicas e exposições de trabalhos, além, é claro, de homenagens a figuras emblemáticas que já se foram.

– Neste ano, mudamos pouquinho a estrutura, a partir de um corredor cultural, criado pelos nossos alunos, com a ajuda e empenho de todos os professores. O nosso altar está lindo, e tudo foi feito de coração. Estamos muito contentes com esse resultado – comemorou a diretora-adjunta da unidade, Chames Jacob.

Foto/Divulgação

Para os estudantes, o evento foi uma mistura de diversão, comemoração e muito conhecimento.

– Esse trabalho é especial. Nós ensaiamos muito para dar tudo certo nesse momento, que é muito esperado. A escola em festa e todos com alegria – festejou Alanna Beatriz, de 14 anos, aluna do 9°ano do Ensino Fundamental no Ciep.

Tradição na unidade, a festividade atraiu até o ex-aluno João Gabriel Costa Monteiro da Silva, de 19 anos, que retornou à escola para vivenciar esse dia especial.

– Sou ex-aluno do colégio e sempre volto aqui, com um projeto de dança. O Ciep é uma família para mim. É muito gratificante ver tudo isso que está acontecendo, e a paixão que temos por esse evento – disse João Gabriel.

A importância dessa celebração é tanta que a Unesco já reconheceu o Día de Los Muertos como patrimônio imaterial da humanidade. Atualmente, essa festa é representada em filmes, séries e até em desenhos animados no mundo inteiro.

– Lá no México, eles têm essa ideia, de que só morre quem é esquecido. É transformador. A caveira, por exemplo, não representa a morte, mas a igualdade. Esse simbolismo penetra no coração das pessoas.

Assim, apesar do nome, essa data é uma festa da vida – comentou o diretor-adjunto e professor de fundamentos de cultura, José Leonardo.

*SUCESSO DAS ESCOLAS INTERCULTURAIS*

As escolas interculturais são um grande sucesso na rede estadual de ensino. Estas unidades têm excelentes resultados nas avaliações de desempenho e também são muito queridas por toda a comunidade.

A superintendente de Projetos Estratégicos da Seeduc-RJ, Cristina  Silveira, acredita que ações como essas colaboram para o combate à evasão escolar e garantem o interesse dos estudantes pela cultura do país representado por cada unidade.

– As escolas interculturais têm uma proposta pedagógica clara, bem definida, desenvolvida de maneira dinâmica, prazerosa e que apoia a autonomia, a competência e a percepção de pertencimento dos estudantes, o que leva ao engajamento, à motivação e a não evasão. São verdadeiros “centros culturais”, portas de oportunidades para que os egressos sigam carreiras dentro e fora do país – completou a superintendente.

Com isso, o Día de Los Muertos serve como inspiração para diversas artes e é uma ótima forma de começar a se familiarizar com a cultura, ajudando também no aprendizado do idioma espanhol.

– É uma festa incrível, muito especial. Adoro as homenagens que estamos fazendo para todas essas personalidades. Assim, falamos de uma maneira descomplicada sobre essa cultura tão rica – disse Ítallo Cavalcante, de 11 anos, estudante do 6° ano do Ensino Fundamental.

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