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Fotos/Divulgação

sonhos. Já formada, Laryssa Nayana de Oliveira, parabeniza e dá conselhos sobre a vida acadêmica 
Amor, vocação e força de vontade para mudar suas histórias. Esses foram alguns dos fatores que incentivaram as ex-alunas da rede estadual de ensino, Victória da Silva, 21, e Ana Clara Beatriz da Silva, 17, a acreditarem que era possível ingressar em instituições públicas, nos cursos de Medicina e Odontologia, apontados como os mais concorridos da área de saúde no país. 
Diversos aspectos ligam a história das duas. Vindas de comunidades do estado e de famílias humildes, ambas têm a persistência como sobrenome e lutam para realizar suas metas. 
Victória da Silva fez o Ensino Médio no Colégio Estadual Benta Pereira ano passado, em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense. Moradora de Assentamento Zumbi dos Palmares, comunidade da cidade. É a primeira integrante da família a cursar o Ensino Superior. Aprovada em Medicina na Universidade Federal do Ouro Preto, em Minas Gerais, a jovem disse que sua condição especial, a surdez, ao contrário do que poderia parecer, sempre foi um estímulo a mais para seguir em frente. 
—  Sou motivo de orgulho para a minha família e exemplo de superação para outros jovens que acham não ser possível passar para Medicina ou qualquer outro curso em uma universidade pública. Seja lá qual for a sua limitação, vá em busca do que você quer e jamais desista dos seus sonhos — disse. 
A futura médica, Victoria da Silva, conta que, mesmo não tendo estudo, os seus avôs foram essenciais para o sucesso na sua vida acadêmica. E se orgulha, também, em dizer para todos que cursou o Ensino Médio junto com a mãe, que é dona de casa, e só voltou a estudar por causa do seu incentivo. 
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Já Ana Clara Beatriz da Silva ex-aluna do Colégio Estadual Jorge Zarur, em Bangu, Zona Oeste, moradora de Guadalupe, cresceu em torno de áreas conflagradas, na Zona Norte do Rio. Para ela, ter crescido em um ambiente familiar voltado para os estudos, e com a mãe professora, foi importante para conquistar a vaga em Odontologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ter seguido no caminho certo.   
— Cresci aprendendo sobre o valor da educação. Para minha família, será mais que reconfortante me olhar formada e daqui alguns anos me tornar a primeira doutora de várias gerações. A minha aprovação na faculdade só comprova que o estímulo para a educação cria indivíduos no caminho certo — contou a recém-universitária. 
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Da educação pública para os hospitais metropolitanos 
Laryssa Nayana de Oliveira, 31 anos, ex-aluna do Colégio Estadual Jardim Meriti, em São João de Meriti, Baixada Fluminense, se formou em Medicina, em 2016, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Nos últimos cinco anos, fez duas especializações: Cirurgia Geral e Cirurgia Pediátrica. E, atualmente, trabalha em quatro hospitais da rede pública e privada onde desenvolve com amor a profissão.   
A médica gosta de dar conselhos para os estudantes do Ensino Médio que sonham em ingressar em universidades públicas e, também, para os calouros. Ela ressalta que a educação precisa ser valorizada e reconhecida como o instrumento que pode transformar a vida deles. 
— Primeiramente, quero parabenizar a Victoria da Silva e a Ana Clara Beatriz da Silva. Absorvam tudo de bom que a faculdade vai proporcionar, mas, não se esqueçam da saúde mental e nem das suas raízes. Lembrem-se que vocês são e serão exemplos e espelhos para as novas gerações — observou. 
A secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, salienta que a entrada de alunos na rede pública em instituições de Ensino Superior promove a integração e a igualdade de oportunidades para os jovens. 
— Essas alunas são grandes exemplos de superação e mostram que, independentemente de qualquer classe social, todos devem sonhar, se dedicar aos estudos e acreditar que a educação transforma — afirmou.

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