No Dia Nacional de Combate ao Câncer, celebrado hoje (27), a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) chama a atenção para um diagnóstico oncológico pouco conhecido, mas nem por isso menos importante: o câncer na cavidade nasal.
A parte interna do nariz também pode ser alvo de tumores, que podem se desenvolver devido ao crescimento anormal de tecidos próprios dessa cavidade ou da área entre o nariz e a garganta, chamada rinofaringe. Essa situação pode provocar um conjunto de sintomas como entupimento nasal de um dos lados, sangramento, odor desagradável, secreção persistente, perda do olfato e dor facial.
Segundo o Dr. André Alencar, médico especialista da ABORL-CCF, esses sinais destacam a importância da análise minuciosa de um especialista em otorrinolaringologia. “O diagnóstico de tumorações intranasais não é recorrente, mas não é raro. Esses tumores se dividem em duas categorias: malignos, que indicam câncer, e benignos (não cancerígeno), como os pólipos, que são crescimentos semelhantes a tumores na mucosa nasal, podendo ter origem inflamatória, infecciosa ou alérgica”, destaca o médico.
Os sintomas que podem sinalizar a presença de tumores não são exclusivos dessa condição, podendo ser indicativos de outros problemas, como alterações estruturais internas do nariz ou infecções crônicas, o que enfatiza a necessidade de uma avaliação precisa por parte do especialista para que seja realizado o correto diagnóstico.
Além disso, a detecção de um tumor nasal é feito usando endoscopia nasal, uma técnica que utiliza uma fibra ótica conectada a uma câmera para examinar a estrutura interna. Uma biópsia determina o tipo de tumor – se maligno ou benigno -, e em alguns casos, são utilizadas ressonância magnética ou tomografia computadorizada para avaliar sua extensão.
De acordo com o especialista da ABORL-CCF, tumores podem surgir em um ou até mesmo em ambos os lados do nariz. É crucial que qualquer pessoa com obstrução ou dificuldade respiratória crônica pelo nariz consulte um otorrinolaringologista, que realizará exames específicos.
Tratamento
A cirurgia é o método mais comum, tendo como objetivo remover o tumor preservando as funções de fala, respiração, mastigação e deglutição do paciente. Segundo André, a escolha da cirurgia depende do tipo e da extensão do tumor.
“Existem técnicas simples e outras mais complexas, que podem exigir um tempo maior de recuperação e, em alguns casos, tratamentos adicionais. Portanto, é o médico otorrinolaringologista que determinará o plano de tratamento caso a caso”, finaliza.
Sobre a ABORL-CCF
Com mais de 70 anos de atuação entre Federação, Sociedade e Associação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Médica Brasileira (AMB), promove o desenvolvimento da especialidade através de seus cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbio científicos, entre outras entidades nacionais e internacionais. Busca também a defesa da especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.500 otorrinolaringologistas em todo o país.
Fonte: Nathalya Cippiciani e Cidiana Pellegrin