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Fotos/Divulgação : Bruno Alves e Isabela Veiga

Evento, na Biblioteca Parque, no Centro, marcou o lançamento da exposição “Presença D’Elas: a Potência da Mulher Preta”


Ontem, terça-feira dia 25 de julho, foi celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Para marcar a data, a Coordenadoria de Direitos e Políticas das Mulheres da Prefeitura de Niterói, a Codim, lançou a exposição “Presença D’Elas: a Potência da Mulher Preta”, na Academia Fluminense de Letras, dentro da Biblioteca Parque, no centro de Niterói. O evento contou com a presença de diversas autoridades como a secretária de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão, Ellen Benedetti, representando o prefeito de Niterói, Axel Grael; a coordenadora da Codim, Fernanda Sixel; o secretário de Educação, Bira Marques; a coordenadora do MACquinho, Walkíria Nictheroy; o presidente da Fundação de Artes de Niterói, FAN, Fernando Brandão; a procuradora do Ministério Público, Carla Araújo, entre outras autoridades.

Fotos/Divulgação : Bruno Alves e Isabela Veiga

A exposição conta com fotos de 23 mulheres captadas pelas lentes da fotógrafa Lilo Oliveira. Assim como ela, toda a equipe técnica é formada por mulheres negras. Desde 2018, o município instituiu, por meio da lei 3380, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha no calendário oficial da cidade. Este ano, a celebração foi marcada pela exposição ao ar livre, em painéis nas colunas de prédios na Avenida Amaral Peixoto, uma das principais vias de Niterói.

A coordenadora da Codim, Fernanda Sixel, ressaltou a importância da exposição. “O processo de confecção das fotos foi todo executado por mulheres negras. Vemos aqui não só a beleza, mas a excelência no fazer. Percebemos que, durante muito tempo, construímos a história do feminismo pautado na mulher branca. Isso ainda é um debate a ser enfrentado e se faz muito urgente. Em Niterói, temos muito orgulho de estarmos construindo juntos uma nova realidade, porque a pauta da mulher não é só da Codim, ela é transversal e deve ser discutida em conjunto com os outros órgãos municipais. A nossa proposta é que cada menina que passe pela avenida Amaral Peixoto se reconheça em cada uma destas mulheres e saia dali com a certeza que ela é maravilhosa”, destaca Fernanda Sixel.

A secretária Ellen Benedetti comemorou a iniciativa: “Este é um momento de celebração e de reconhecimento da história e da força das mulheres negras”, pontuou. O secretário municipal de Educação lembrou que Niterói sempre foi uma cidade conhecida por seu pioneirismo na luta contra as desigualdades. “Nossa cidade mais uma vez faz diferença, mais uma vez se posiciona no sentido de fazer um bom debate. Infelizmente, as mulheres negras são as que mais sofrem. Nossa cultura valoriza o homem branco e o nosso desafio é mudar essa realidade”, frisou Bira Marques.

O evento foi marcado por um bate-papo com Vilma Piedade, autora do livro “Conceito Dororidade”, que significa a união das mulheres pela dor, e Tainara Ferreira, especialista em Relações Étnico-Raciais. Elas falaram sobre os desafios que é ser uma mulher negra em uma sociedade marcada pelo sexismo e pelo racismo. Tainara Ferreira chamou a atenção para o letramento na luta contra o preconceito: “O letramento compõe a nossa sociedade, nosso processo de colonização foi formado pela raça. Somos diferentes pela cor da pele e sofremos por conta disso. Por isso, o letramento é tão necessário dentro e fora da universidade”, pontuou a especialista em Relações Étnico-Raciais

O evento teve apresentações da cantora Nilze Benedicto, do grupo de dança Companhia de Ballet da Cidade de Niterói e da banda Olodumaré. Foi sob o ritmo do grupo, que as participantes seguiram da Biblioteca Parque, em cortejo, rumo à Avenida Amaral Peixoto, onde a exposição foi oficialmente inaugurada.

Abaixo, as 23 mulheres fotografadas para a exposição “Presença D’Elas: a Mulher Preta no Cotidiano”

Cleide Vitório – gari
Rayssa Lima – estudante
Ana Cristina Duarte – supervisora
Joselene Souto – escritora
Bárbara Cristina Cardoso – assessora
Sônia Maria da Silva – camareira do Theatro Municipal
Ana Luiza Briola – mediadora cívica
Ingrid Ramos – autônoma
Marcela Rodrigues – catadora de potências e voluntária
Aline Santos – publicitária
Jaqueline de Oliveira – microempresária
Claudia Regina Victor – copeira
Elenice Ramos – missionária e líder comunitária
Lia Vieira – escritora
Laila dos Santos – jornalista e escritora
Luciana Carneiro – fotógrafa
Claudia Macedo – atriz e produtora cultural
Juliana do Carmo Pereira – assistente social
Maria Emília Souza – cabeleireira
Letícia Marinho – empresária
Daniele Simões – estudante de administração
Claudia de Almeida – advogada
Norma Sueli Pacheco – ialorixá 

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