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Foto/Divulgação

Em ano de eleições municipais, a FGV Editora publica um trabalho intenso e extensivo com histórias comoventes de uma centena de brasileiras de todo o país que decidiram enfrentar vários obstáculos e lutar por uma vaga na política 

 

O Brasil é hoje um dos piores países do mundo em presença de mulheres na política; o pior da América Latina. Ainda que com chances mínimas de sucesso, um número enorme de mulheres, a cada dois anos, se prepara para participar de uma campanha, em busca de uma cadeira. São professoras, pequenas empresárias, policiais, lideranças de bairro, que aprendem a conciliar a política com os cuidados e o trabalho remunerado. Investindo tempo e energia nessa empreitada, apenas pouquíssimas delas conseguem ser eleitas. Resultado: na Câmara dos Deputados, atualmente, 17,7% dos postos são ocupados por mulheres e 82,3% por homens. Na prática, são eles que podem decidir sozinhos sobre todas as agendas, inclusive aquelas que dizem respeito às mulheres.  

Preocupadas com essa imensa sub-representação feminina, Malu Gatto (University College London) e Débora Thomé (Fundação Getúlio Vargas), ambas doutoras em ciência política, saíram em busca de respostas para tentar entender o que acontecia com as mulheres em seu longo caminho até, finalmente, conseguirem uma cadeira. Nas eleições de 2020 e 2022, foram a campo perguntar, afinal, o que as fazia se candidatarem? Como elas viviam esse processo? Que violências enfrentavam? Além de quais eram suas estratégias para se relacionar melhor com seus partidos.  

 

Com base em 188 entrevistas com 102 candidatos (79 candidatas e 23 candidatos) e dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o livro “Candidatas: os primeiros passos das mulheres na política do Brasil”, publicado pela FGV Editorase vale da literatura acadêmica para analisar evidências extraídas diretamente das vozes das protagonistas destas histórias. Assim, apresenta vivências de mulheres empoderadas negras, brancas, jovens, idosas, de todas as regiões do país e de todos os partidos, com experiências bem diferentes. Mais que isso, este livro traz as vozes dessas mulheres. Dividido em dez capítulos, ele aborda desde os primeiros lampejos que as fazem se candidatar, a escolha e relação com o partido, a campanha, a violência política, os momentos pós-eleição e o que ocorre quando são eleitas.  

 

Com tamanho volume de entrevistas, trata-se de um esforço raro de pesquisa no Brasil, o que faz com que seja possível apresentar um mosaico amplo das suas perspectivas – as oportunidades que tiveram e seus desafios nesse processo.

 

Mesmo apresentando uma análise abrangente do fenômeno, o livro conta com uma escrita leve e simples, para atender tanto o público acadêmico e pessoas da política, quanto interessadas no assunto, sobretudo mulheres que vêm discutindo, cada vez mais, a questão da ocupação dos espaços de poder.  A obra intercala casos ocorridos com nomes mais conhecidos, como os das mulheres entrevistadas, a maioria delas, candidatas de primeira viagem. Os exemplos ajudam a explicar a forma como as mulheres dão esses primeiros passos em suas carreiras políticas – erros e acertos; vitórias e derrotas. 

 

As histórias das candidatas se misturam para contar como mulheres de vários cantos do país decidiram entrar para a política e nela continuar, enfrentando batalhas nos partidos, nas ruas e nas urnas. A todas elas falta tempo, falta dinheiro, mas sobra coragem. E, assim, elas persistem.  

 

As autoras 

Malu A. C. Gatto é professora na University College London. É doutora em ciência política pela University of Oxford e autora de diversos artigos acadêmicos sobre mulheres na política. 

 

Débora Thomé é pesquisadora de pós-doutorado no FGV Cepesp. É doutora em ciência política pela Universidade Federal Fluminense e autora de “Mulheres e Poder” (FGV Editora).


Candidatas: os primeiros passos das mulheres na política do Brasil
 

Malu Gatto e Débora Thomé

200 páginas

R$52,00

FGV Editora


Lançamentos:
 

24/8 – Janela Livraria – R. Maria Angélica, 171 – loja B – Jardim Botânico, Rio de Janeiro


Fonte: Márcia Gomes

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