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Foto/Divulgação: Águas do Rio

Implantado pela Águas do Rio em parceria com o biólogo Mario Moscatelli, projeto já removeu cerca de 150 toneladas de lixo do ecossistema 

A capivara que até um ano atrás raramente era vista no mangue do Caju, na Zona Portuária do Rio, agora surge em grupos, assim como aves típicas dos manguezais e até caranguejos das espécies Uçá e Guaiamum. Os sinais de recuperação da fauna daquele ecossistema têm um motivo: a criação de um berçário ecológico no entorno da maior estação de Tratamento de Esgoto do estado do Rio de Janeiro, a Alegria, que fica próxima à Linha Vermelha e ao Aeroporto Internacional Tom Jobim. O projeto, implantado pela Águas do Rio em parceria com o biólogo Mario Moscatelli, completa um ano com resultados surpreendentes. O plantio de quatro mil mudas de mangue-vermelho em uma área de cinco mil metros quadrados, transformou o cenário de acúmulo de lixo em cinturão verde, com a retirada, até o momento, de cerca de 150 toneladas de detritos dos manguezais em recuperação e da zona de ampliação do plantio.  

Idealizado para marcar o mês em que é celebrado o Dia Mundial da Água (22 de março), o projeto de recuperação e ampliação do manguezal, que conta também com ações permanentes de limpeza e proteção contra o acúmulo de lixo, ainda tem muito trabalho pela frente e um objetivo audacioso: revitalizar 8,2 hectares de área degradada, o equivalente a oito campos de futebol do tamanho do Maracanã. No total, 135 mil mudas de mangue vermelho serão plantadas no local, de forma gradativa. 

Foto/Divulgação: Águas do Rio

Para Caroline Lopes, gerente de Meio Ambiente da Águas do Rio, os bons frutos do berçário vêm contribuindo também para a recuperação da Baía de Guanabara, além de servir de inspiração para outras soluções inovadoras voltadas para a proteção ambiental. 

“Estamos unindo a engenharia cinza com a engenharia verde, acelerando a recuperação de um ecossistema vital que sustenta a fauna marinha e beneficia as comunidades que dependem da pesca”, destaca a gerente.

Foto/Divulgação: Águas do Rio

A revitalização do Mangue Alegria faz parte do compromisso da Águas do Rio em contribuir para a recuperação da Baía de Guanabara. Até 2033, a concessionária vai investir R$ 19 bilhões em saneamento básico no estado. Com todas as ações previstas, cerca de 1,3 bilhão de litros de esgoto deixarão de desaguar diariamente naquele cartão-postal do estado. Em três anos de operação, a empresa já aplicou R$ 4 bilhões em sua área de operação. 

Manguezal: o ‘herói’ da natureza 

O manguezal é conhecido por ser um berço de peixes e crustáceos e desempenha papel fundamental para a vida marinha e qualidade da água do mar. O ecossistema atua também como um verdadeiro filtro natural, purificando a água contaminada por esgoto e metais pesados, além de ter a capacidade de sequestrar quatro vezes mais carbono do que qualquer outro tipo de floresta, amenizando o efeito estufa. 

“Os manguezais funcionam como um reservatório natural de carbono e proteção da costa em relação ao aumento do nível do mar, além de desempenharem um papel crucial na manutenção da biodiversidade”, resume Moscatelli.

O biólogo frisa que o Mangue Alegria, antes considerado um “lixão”, agora começa a mostrar sinais de recuperação. “A fauna vem apresentando indícios de retorno, com a volta das capivaras, aves típicas dos manguezais e os caranguejos. A biodiversidade vai se expandir progressivamente à medida que a recuperação e a ampliação do manguezal avançam. Em quatro anos, teremos florestas com 4 a 5 metros de altura, onde antes só havia lixo”, conta o especialista, que sempre enfatiza a importância de a população contribuir com a preservação ambiental, praticando o descarte correto do lixo.

Projeto Mangue da Alegria

Em 2023, o projeto Mangue Alegria começou com a inauguração de um canteiro de mudas nativas (mangue vermelho), mantidas por quase um ano enquanto a área de plantio era preparada. Nesse período, toneladas de lixo foram removidas para dar lugar à nova floresta.

Para Moscatelli, as ações de revitalização na região, comprovam que mesmo que o ambiente seja agressivo, é possível recuperá-lo e gerar importantes nichos para diversas espécies e animais nativos. 

“Já é possível perceber que a vegetação tem condições ideais para se multiplicar, a partir das sementes que caem no solo e produzem novas mudas. Quando fazemos nossa parte, a natureza faz a dela”, afirma.

Fonte: Bianca Carvalho, Livia Andrade e Cláudia Freitas

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