unnamed (2)

Foto: Divulgação

Psicóloga explica os benefícios emocionais e os riscos envolvidos no uso das bonecas ultrarrealistas por adultos


Com traços incrivelmente realistas, cabelos implantados fio a fio, cheirinho de talco e até certidão de nascimento, as bonecas reborn têm ganhado espaço não apenas no universo infantil, mas também entre adolescentes, adultos e idosos. Muito mais do que brinquedos, elas se tornaram objetos de afeto, colecionismo e, em alguns casos, ferramentas de enfrentamento emocional.

“Em contextos específicos, como em lares de idosos, clínicas ou com mulheres que passaram por perdas gestacionais, as bonecas reborn podem ser utilizadas de forma terapêutica e simbólica, ajudando a reorganizar o emocional da pessoa. Elas podem servir como um apoio transitório para a elaboração do luto, da solidão ou da ansiedade”, explica a psiquiatra Luana Dantas, coordenadora do Núcleo Infantojuvenil da Holiste Psiquiatria.

No entanto, o vínculo afetivo com as bonecas pode ultrapassar os limites do saudável. Segundo Luana, é importante observar quando o uso se torna um substituto dos vínculos humanos e passa a afetar a vida social e emocional da pessoa. “Quando a boneca deixa de ser um objeto simbólico e começa a ocupar o espaço de uma relação real, impedindo a pessoa de lidar com perdas, frustrações ou de estabelecer conexões com o mundo, isso pode ser um sinal de sofrimento psíquico que merece atenção”, alerta.

Nos casos mais extremos, há registros de pessoas que levam bonecas reborn a prontos-socorros ou UPAs simulando emergências, o que pode confundir profissionais de saúde e indicar um nível preocupante de delírio afetivo. Já ocorreram também disputas judiciais envolvendo a “guarda” de uma boneca, o que evidencia como o apego pode extrapolar o limite simbólico e adentrar o campo da realidade psíquica alterada.

Para Luana, é importante lembrar que adultos também utilizam elementos do mundo lúdico como forma de prazer e regulação emocional — como no caso dos games. “Não há problema em um adulto brincar, jogar ou cuidar de algo simbólico. O que precisamos avaliar é a intensidade, a frequência e, principalmente, o impacto na vida real. Quando há prejuízo funcional ou sofrimento, é sinal de que algo precisa ser olhado com mais cuidado”, orienta.

Esse tipo de comportamento pode estar associado a quadros como depressão, transtornos de ansiedade ou mesmo luto não elaborado. “Há pessoas que alimentam uma fantasia intensa com o reborn, tratando-o como um bebê real em todos os aspectos. Se isso vier acompanhado de isolamento, recusa em lidar com outras pessoas, ou sofrimento evidente ao se separar da boneca, é importante procurar ajuda especializada”, complementa.

Para familiares e amigos que convivem com alguém muito apegado a uma boneca reborn, o olhar deve ser de acolhimento, sem julgamentos, mas com atenção aos sinais. “Nem todo apego é patológico. O problema não está no objeto em si, mas na função que ele cumpre na vida da pessoa. Se ela está emocionalmente estável, mantendo uma rotina funcional, e usa a boneca como hobby ou expressão afetiva, não há motivo para preocupação. Mas se há sofrimento envolvido, a escuta e o suporte psicológico são fundamentais”, conclui Luana.

Sobre a Holiste   

A Holiste é uma clínica de excelência em saúde mental, atuando há 25 anos no mercado, sediada em Salvador, Bahia, com atendimento nacional. Na sede principal, localizada em Salvador, funcionam os serviços ambulatorial e de internamento psiquiátrico. A estrutura da clínica conta, ainda, com o Hospital Dia (destinado à ressocialização do paciente) e com a Residência Terapêutica (moradia assistida para pacientes crônicos), dispondo sempre de estrutura e tecnologia de ponta.

A instituição conta com mais de 200 profissionais, um corpo clínico composto por médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionista, gastrônoma, dentre outros, com vasta experiência em tratamento de transtornos relativos à saúde mental. Para conhecer mais sobre os serviços da Holiste, acesse o site www.holiste.com.br

 

Fonte: Adriana Fernandes/Tropico Comunicação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *