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Ilustração/Divulgação

Nos últimos anos, observou-se um aumento significativo nos casos de puberdade precoce em crianças. Estudos indicam que, durante a pandemia de COVID-19, houve um crescimento expressivo no número de diagnósticos dessa condição. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Gênova, na Itália, publicada no Journal of the Endocrine Society, revelou um aumento nos casos de puberdade precoce após a pandemia ​​. No Brasil, especialistas também relataram um crescimento nos diagnósticos durante esse período, atribuindo o fenômeno a fatores como isolamento social, sedentarismo e alterações nos hábitos alimentares​​.

 

A puberdade precoce é caracterizada pelo início do desenvolvimento sexual antes dos oito anos em meninas e dos nove anos em meninos. Segundo o pediatra Claudio Ortega, de Niterói, os sinais incluem o desenvolvimento de características sexuais secundárias, como o crescimento das mamas nas meninas, e o aumento do volume testicular nos meninos, além do surgimento de pelos pubianos, axilares e acne. Várias causas podem ser associadas à puberdade precoce, incluindo fatores genéticos, problemas hormonais ou, em casos raros, tumores.

 

O tratamento da puberdade precoce geralmente envolve o uso de medicamentos para atrasar o desenvolvimento sexual até que a criança alcance a idade apropriada para a puberdade. A intervenção é importante para assegurar um desenvolvimento físico e emocional adequados. A avaliação e o acompanhamento por um endocrinologista são essenciais para determinar a melhor abordagem para cada caso.

 

Uma das consequências da puberdade precoce é o crescimento ósseo acelerado, que leva ao fechamento prematuro das placas de crescimento nos ossos longos e, consequentemente, a uma estatura final abaixo da média esperada para a família.

 

Os primeiros sinais dessa transição são o aparecimento do broto mamário e o estirão de crescimento, que antecedem cerca de dois anos a menarca – a primeira menstruação. “No entanto, quando essas transformações surgem fora da faixa considerada saudável, seja de forma antecipada ou tardia, é importante buscar avaliação médica. O surgimento de broto mamário, abaixo de 8 anos, tem que ser investigado. Muitas vezes, não é tão fácil a percepção logo no início, porque o broto é pequeno, fica atrás da aréola, pode ser confundido com gordura e, muitas vezes, essa menina chega na avaliação com uma mama bem desenvolvida, que reflete uma puberdade com tempo maior de evolução. Se estamos diante de uma menina de mais ou menos oito anos, precisamos ter um olhar mais atento a essas alterações”, destaca Ortega.

 

A puberdade precoce pode limitar a altura final da criança, entre outros impactos no corpo e na saúde. Por isso, o acompanhamento de um especialista é fundamental para identificar a causa e, se necessário, iniciar o tratamento adequado, preservando o bem-estar e o desenvolvimento saudável.​​

Fonte: Priscila Correia

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