Com uma mistura de literatura, música, teatro e cinema, a festa ganhou um lugar especial no coração dos niteroienses
Chegou ao fim a primeira edição da Festa Literária Internacional de Niterói. Entre os dias 01 e 03 de dezembro, o Reserva Cultural foi palco para Martinho da Vila, homenageado do evento, Oriente, Mc Marechal, peças teatrais, editoras, autores nacionais e internacionais e muito mais. Uma realização da Prefeitura de Niterói, através da Fundação de Arte de Niterói (FAN), esse projeto marca um novo capítulo para o universo da literatura na cidade.
Com o tema “Toda maneira de ler vale à pena” e em celebração à Literatura, à palavra escrita e à diversidade cultural, a FLIN foi um ponto de convergência entre músicos, artistas, escritores e ativistas focados em incentivar a leitura. Ao todo, aconteceram 43 atividades e apresentações gratuitas. A Festa recebeu 20 editoras independentes de produtores locais, 17 lançamentos de livros e 14 rodas de conversa. Além disso, todas as atrações tiveram interpretação simultânea em libras.
De acordo com Fernando Brandão, músico e presidente da Fundação de Arte de Niterói, “o objetivo e o aprendizado que fica com a Festa Literária é a importância da união em prol de um mesmo tema. Trouxemos pessoas com experiências de vida distintas e com fazeres diferentes para agregar ainda mais a população à FLIN. Mais do que isso, trabalhamos para nos comunicar e tornar acessível a nossa programação para todos os públicos, com foco em incluir pessoas com alguma deficiência e de todas as classes sociais.”.
Martinho da Vila, homenageado da edição, é um exemplo cuja influência transcende ritmo, poesia e literatura. Além da carreira no mundo da música, o artista acumula mais de 20 obras publicadas, uma cadeira na Academia Carioca de Letras (ACL) e nomeações como doutor honoris causa em três universidades brasileiras. Na FLIN, Martinho cantou e falou sobre a sua trajetória na roda de conversa “Amor e Saberes Ancestrais”. Durante o bate-papo, o músico, que se declara um apaixonado por livros de contos, defende: “Todo mundo deveria começar a escrever porque todos são capazes. Eu começo com o primeiro pensamento que vem na cabeça e sigo. É muito interessante”.
Parte essencial da literatura, as várias formas de ler e de escrever são o que tornam essa forma de arte tão única e agregadora para tantos públicos. Com foco em abraçar o circuito literário local, a FLIN foi espaço para editoras e autores independentes apresentarem suas criações. Sônia Pestana, diretora da Pictos Editora, comenta sobre a sua experiência na primeira edição do projeto: “Estamos há quatro anos no mercado e somos uma editora ‘criança’ ainda. Sempre foi nosso desejo ver eventos grandes de literatura em Niterói. Feiras não apenas com autores famosos, mas com projetos que tivessem editoras trazendo suas publicações de escritores tanto de Niterói quanto de outros locais. A FLIN é uma primeira experiência, mas a gente fica torcendo pra que ela fique definitiva no calendário da cidade e cresça cada vez mais”.
Lucília Dowslley, da Dowslley Editora, comenta sobre sua experiência positiva com o público durante a Festa Literária: “por mais que eu já trabalhe há 30 anos com cultura e tenha a editora em atividade há 8, eu encontrei pessoas aqui que eu não conhecia e reencontrei muitas outras. A FLIN foi um espaço de muita sintonia e me surpreendi com os meus resultados em vendas, networking, contatos. A Festa é como uma cereja do bolo para a cultura de Niterói. Podem contar comigo para as próximas edições!”.