ALUNOS DO CENTRO DE REFERÊNCIA EM AUTISMO VISITAM O JARDIM BOTÂNICO

A semana foi muita alegria e animação para um grupo de alunos do Centro Municipal de Referência em Autismo Professora Maria José da Silva Rodrigues, localizado no Gradim. O motivo foi a ida do grupo ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que foram acompanhados de uma equipe da unidade composta por: orientadora educacional, psicóloga, fisioterapeuta, fonoaudióloga, além da diretora da unidade, Verônica de Sá. Quando o ônibus da Secretaria Municipal de Educação chegou ao Centro, a diretora reuniu pais e crianças e explicou como seria a dinâmica do passeio. “Temos que explicar todas as ações com antecedência para trabalhar a ansiedade deles. Afinal, eles estão saindo de sua rotina diária e isso é um grande desafio. A importância do passeio para os alunos, que é considerado terapêutico, é ensinar à família que é possível ao autista ir a outros lugares e deixar um pouco o ambiente de casa, pois é muito difícil retirá-lo do seu ambiente. Nosso trabalho é mostrar para os familiares que isso é possível e dar segurança para que isso aconteça é essencial. Destaco outra questão, que são os vínculos dos pais, pois quem vai ao passeio do Centro passa pelas mesmas situações e por isso não há julgamento. Isso aumenta a autoestima e a confiança, mostrando que eles não estão sozinhos. Pelo contrário, eles estão sendo amparados”, afirmou Verônica.

A entrada no ônibus aconteceu com bastante calma. Na chegada ao Jardim Botânico, os pais e alunos caminharam pelas dependências do local e ficaram encantados com a dimensão do espaço, que era repleto de árvores frondosas. Na ocasião, eles aproveitaram para registrar tudo em fotos. O destaque foi para a visita ao Jardim Sensorial, local que as crianças tiveram contato mais direto com a natureza, guiados por monitores do local. O Jardim Sensorial é um lugar do Jardim Botânico, onde o público é convidado a um contato com as plantas.

O espaço oferece um conjunto de plantas com diferentes texturas e aromas, colocadas ali especialmente para aguçarem os sentidos, principalmente o tato e olfato. Orquídeas, pés de manjericão, alecrim, sálvia, menta e muitos outros podem ser tocados e, em alguns casos, até mesmo provados pelos visitantes. Por suas características, o Jardim Sensorial é o local perfeito para um projeto de educação socioambiental inclusiva, que é um projeto coordenado pelo Centro de Responsabilidade Socioambiental do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Após conhecer parte do Jardim Botânico, todos se reuniram para um piquenique compartilhado. A atividade coordenada pela equipe serviu para ensinar os alunos portadores do transtorno do espectro autista a compartilhar e dividir, tendo o alimento como exemplo. O passeio foi muito produtivo e importante para todos, sobretudo para os pais, que sentiram-se seguros com as equipes do Centro de Referência em Autismo do início ao fim da visita. Luciene Sousa, mãe do aluno Luan Armando, de 14 anos, afirmou que “O Centro de Referência é muito importante, principalmente em São Gonçalo, pois estávamos sem assistência nesta área do autismo. Sair da cidade e mostrar outros lugares e destacando que existe um mundo muito maior e fazê-los sair do seu mundinho, com certeza ajuda no tratamento. Além de ajudar na questão social e física, o Centro tem realizado um trabalho voltado para isso”.

Já Daiana Angélica, mãe do Zion Guimarães, de 4 anos, disse: “Vejo com grande importância esses passeios, pois é uma maneira de socialização e interação com lugares diferentes aos quais eles estão acostumados, trazendo segurança para a família ao sair, passear e ajuda no tratamento”, conclui. Finalizando, Alexsandro da Silva, pai de Samuel Mendes da Silva, de 8 anos, destaca a questão da interação social das crianças nestes passeios. Segundo ele, “devido à falta de socialização do autista, estes eventos são essenciais para que os filhos possam conviver e conhecer outros espaços da vida cotidiana. Passeios como esse também são importantes para nós, que somos pais, pois nos ajudam a superar a dificuldade em sair de casa com uma criança autista”.