São Gonçalo faz alerta para conscientizar a população
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é no próximo dia 18. Em São Gonçalo, o dia será marcado por uma ação, na Praça Luiz Palmier (Praça do Rodo), no Centro, para alertar, conscientizar e oferecer ajuda às famílias. O objetivo é ampliar a orientação de prevenção entre as possíveis vítimas. A ação será realizada pelo Movimento de Mulheres de São Gonçalo (MMSG), através do Núcleo Especial de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vítima de Violência Doméstica e Sexual (Neaca), que tem a Prefeitura de São Gonçalo como apoiadora.
Ao todo, o Neaca atende 138 vítimas na unidade. Normalmente, elas são encaminhadas através da rede de apoio da cidade – Ministério Público, Conselho Tutelar e Judiciário. No entanto, há atendimento de livre demanda. “Atendemos 138 crianças e adolescentes vítimas, que recebem todo o tratamento necessário através de uma equipe multidisciplinar. Mas, todos os dias, recebemos novos casos através da livre demanda. Por isso, é muito importante ampliar a divulgação da prevenção”, disse Marisa Chaves, coordenadora do Neaca.
A enfermeira sanitarista Luiza Musela, responsável técnica pela assessoria de violência interpessoal e autoprovocada da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo, aponta sinais importantes que a vítima pode apresentar e que a família pode identificar com facilidade para procurar ajuda. “É muito importante identificar qualquer mudança de comportamento. Os principais sinais são introversão, insônia, terror noturno (agitação e gritos durante o sono), vômitos, febre sem causa aparente, negativismo de ir a alguns lugares ou de estar com alguém, ansiedade e falta de apetite”, apontou a enfermeira.
Além do apoio do Executivo ao Neaca, a Secretaria de Saúde criou o Núcleo de Atendimento à Criança Vítima de Violência, de 0 a 12 anos, na Clínica da Criança. O núcleo está funcionando, há um mês, e atende dez crianças e adolescentes vítimas todas terças e sextas, das 9h às 12h. “As vítimas são identificadas pelos profissionais de saúde nas unidades públicas, que informam ao Conselho Tutelar. O órgão encaminha para o atendimento com a psicóloga”, explicou Luiza.
O Pronto Socorro Infantil (PSI), no Zé Garoto, é a porta de entrada dos casos de emergência. Dos atendimentos identificados nas unidades, 50% chegam ao tratamento. No ano passado, a violência mais comum foi a física, com 206 identificados nas unidades de saúde; seguida pela sexual com 165 casos, negligência/abandono com 163 e, por último, psicológica/moral com 89. Neste ano, de janeiro a abril, foram contabilizados 59 casos notificados de violência física, 53 de negligência/abandono, 50 sexual e 34 de psicológica/moral.
Estupro – A maior parte entre 10 e 14 anos. Foram 42 casos em 2020 e 10 casos nos primeiros quatro meses de 2021. Entre as crianças de um a quatro anos foram 28 casos em 2020 e 7 em 2021. De 15 a 19 anos foram 24 casos em 2020 e outros 8 neste início de ano. De 5 a 9 anos, foram percebidos 11 casos em 2020 e outros 10 em 2021. E, por fim, entre os bebês menores de um ano foram cinco casos no ano passado e um este ano.
Neaca – O núcleo atende crianças, adolescentes, jovens de até 24 anos e familiares em situação de violência doméstica e sexual. Ele oferece acompanhamento continuado nas áreas de serviço social, psicologia, direito e pedagogia. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Mais informações podem ser obtidas através do telefone: (21) 2606-5003 /(21) 98464-2179 ou site www.movimentomulheres.com.br, por onde as pessoas podem pedir ajuda através do Fale Conosco. As mensagens chegam, em tempo real, aos celulares das coordenadoras das equipes.