Após parceria entre Prefeitura e Amigos da Jubarte, foi realizado o primeiro passeio na costa da cidade
Um grupo de passageiros que participou, na manhã desta quinta-feira (20), do passeio de observação de baleias na costa de Niterói viveu momentos emocionantes: os animais protagonizaram um verdadeiro balé no mar, acompanhados por um grupo de golfinhos. Essa foi a primeira saída do programa de Turismo de Observação Natural da Vida Marinha, uma parceria da Prefeitura de Niterói com o projeto Amigos da Jubarte. Também foi a primeira excursão realizada em mar aberto na Região Metropolitana do Rio.
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O passeio foi orientado pelos biólogos e oceanógrafos do projeto e pela equipe da Niterói Empresa de Turismo e Lazer (Neltur), que deram instruções de como deveriam proceder durante a viagem. Duas horas após passar pelas ilhas Pai e Mãe em Itaipu foi avistado o primeiro grupo com três baleias, a cerca de 100 metros da embarcação. Elas fizeram acrobacias e impressionaram. Após esse avistamento, a embarcação turística navegou mais 40 minutos até encontrar mais um grupo com duas baleias e vários golfinhos. Durante o trajeto também foram avistadas tartarugas, atobás e outros animais marinhos.
Neltur utilizou como base para o desenvolvimento da parceria dados de pesquisas que envolvem todo o processo e ciclo de vida da jubarte, estudos científicos, observações, estatísticas e cases de projetos semelhantes implantados com sucesso em locais na costa do Espírito Santo, além de turismo como África do Sul e Canadá, entre outros países.
A empresa também realizou capacitações, em parceria com o Instituto O Canal, a Capitania dos Portos e o SEBRAE-RJ, para todos os profissionais e proprietários de embarcações interessados em oferecer os passeios, com o objetivo de trocar experiências e, sobretudo, promover orientações e ensinamentos técnicos.
Bento destaca que Niterói avança na sua política do ecoturismo, com agências de turismo interessadas em oferecer esta nova opção de lazer em Niterói. Ele acrescenta que vê potenciais empreendedores para compartilhar experiências, desenvolvendo mais essa forma de turismo, que é sustentável.
O biólogo Thiago Ferrari, do projeto Amigos da Jubarte, orientou o passeio e explicou que a aproximação seria de 100 metros das baleias, com permanência de 30 minutos com cada grupo e, caso houvesse um filhote, esse tempo seria reduzido para 13 minutos.
“É um turismo de fauna marinha, estamos vendo os animais em seu habitat natural. O objetivo é observar o comportamento natural desses animais. Esse programa tem foco na educação ambiental, para que todos possam conhecer mais as baleias, retornar para casa e mudar os hábitos do dia a dia, porque afinal o mar começa no bueiro da nossa casa. Então a gente tem que cuidar desses animais”, explica o biólogo.
A meteorologista Jéssica de Souza Panice Lemos faz aniversário no domingo e ganhou o passeio de presente do marido, o músico Bruce Porto Lemos.
“Eu sempre falava que queria fazer esse passeio e ele parecia não dar a menor atenção. De repente ele chegou e falou que comprou os ingressos. Não acreditei! Estamos aqui hoje e não trocaria essa emoção por nada”, revelou Jessica.
O niteroiense Caio Graco Serode Pontes, morador do Ingá, também comemorou seus 60 anos a bordo.
“Morei 30 anos em Miami, voltei agora com saudades de casa e tenho absoluta certeza que igual a Niterói não existe. Está sendo um dos meus melhores aniversários. É muito impressionante!”, declarou.
A médica Romina Fonseca Fabião, 49 anos, saiu de São Cristovão, no Rio, para participar do primeiro passeio.
“É incrível essa interação com o mar, termos conseguido avistar as baleias. Parece que elas querem se comunicar com a gente. Essa proposta de um turismo sustentável, que também alerta quanto a necessidade de preservação, é muito legal. São momentos mágicos”, disse.
Jubarte – A baleia jubarte é uma espécie que se reproduz em águas brasileiras, entre junho e novembro. Nesse período, cerca de 20 mil baleias passam pelo nosso litoral. É a espécie de baleia mais estudada e utilizada no turismo de observação no mundo. Suas acrobacias e suas nadadeiras peitorais – que alcançam 1/3 do comprimento total do corpo – tornam a Jubarte inconfundível. Elas seguem rotas ao longo da costa do Brasil após saírem de locais frios para se reproduzirem ou acasalarem em águas mais quentes.