A aposta no X (ex-Twitter) é generalizada. Quando a Beatriz sair do BBB24, todo anunciante brasileiro vai querer chamá-la para fazer sua publicidade, comentam os internautas.
Levando seu estilo de fazer publicidade espalhafatosa como vendedora da região do Brás — onde o negócio é levar o cliente pra dentro da loja — a pipoca Beatriz Reis está divertindo o público e roubando a cena do reality.
Não por acaso, a “Rainha do Brás”, de 23 anos, superou rapidamente 2 milhões de seguidores em suas redes sociais. E viu a Pepsi reproduzir — e aplaudir — em seus canais a propaganda espontânea que ganhou no programa.
Sergio Gordilho, CCO da agência Africa Creative, não se surpreende com as reações. “O Brasil perdeu a vergonha de dizer que gosta de se ver. O BBB é o stories da nossa identidade como país e uma vitrine de inspiração para a publicidade. Tendências serão ditadas, milhões de seguidores serão adicionados, novas estrelas nascerão e o Brasil irá dormir representado e feliz”, comentou.
Para o varejo, especialmente, a Beatriz poderá ser bem disputada, como observa Gustavo Bastos, diretor da 11:21: “O varejo vive procurando um novo personagem carismático e bom de vendas, como o garoto das Casas Bahia ou o clássico Galebe, das Lojas Americanas. Tudo leva a crer que a Beatriz é séria candidata a esse papel versão 2024, com esse toque de influenciadora ex-BBB, que tem tudo a ver com nosso tempo atual”.
O CCO da Propeg, Emerson Braga, chama a atenção para a novidade que Beatriz está trazendo: “Uma coisa legal é que, numa era de ostentação extrema, de influencers mostrando vidas de milhões de reais, ela traz quase uma ingenuidade de volta à pauta da TV. Ela é o contrassenso da mídia”.
Seja como for, é uma unanimidade, entre os publicitários, que quem quiser usar a Beatriz vai ter que aceitar quem ela é.
Gordilho lembra que Beatriz não é uma personagem e o BBB não é uma novela. “Ela é o que ela é: autêntica, orgulhosa e senhora de si, representando milhares de outras beatrizes que batalham nos outros milhares de Brás que existem em cada cidadezinha ou cidadezona por esse país a fora. Ela é boa de venda mas nunca irá se vender mudando quem ela é”, cita o diretor da Africa.
No que concorda Emerson Braga: “Tentar adequar a Beatriz a qualquer outro perfil já tiraria muito a autenticidade da campanha de qualquer produto. Não dá para descaracterizar o seu garoto propaganda. Seria como chamar o Sérgio Mallandro para fazer um personagem sério”, ironiza o criativo.
“Tem que criar pra ela, pensando nela, e deixar a improvisação rolar”, recomenda Gustavo Bastos.
Ricardinho Weitsman, diretor de criação da WMcCann Rio, que tem as Americanas como cliente, reforça como é fundamental pensar em roteiros que façam sentido com a personalidade do garoto propaganda.
“Já fiz muito varejo com celebridades ‘do momento’. Dia dos Pais, por exemplo, com Catra, uma celebridade adúltera, ou o Babu, reconhecido como o Paizão do BBB. É possível, respeitando os estilos, mas trazendo uma forma nova de usá-los. Pensando assim, acho que pode supercolar o estilo varejão do Brás da Beatriz, desde que não tentem torná-la uma “faria limer” nas propagandas ou colocando ela apenas pra gritar. Ela é exagerada, divertida e tem um jeito único, ok, mas não basta. O que fará um conteúdo com ela ser chamativo e inovador, será o jeito que faremos ela berrar. Aí, que berre o melhor”, brinca Weitsman.
Se Beatriz ficará restrita aos anunciantes de varejo, Daniel Magri, ECD da agência Tech and Soul, acha cedo para saber. “Neste momento, ela está mostrando o que é a vivência dela, de fazer a propaganda divertida do varejo. Mas dentro do BBB, com toda a narrativa até o final do programa, as pessoas vão mudando. O que a gente vê é que ela é uma vendedora nata e muito carismática. E por isso tem potencial para ir além de ser uma vendedora de loja de roupas”, aposta.
Fonte: Janela Publicitária