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Foto/Divulgação

A Abapirá, espaço independente de arte, localizado num casarão tombado no Centro Histórico do Rio de Janeiro, abre a exposição “Desvairadas e outros cultivos”, de Natali Tubenchlak. Com curadoria de Ana Carla Soler, a mostra propõe uma visita a mais de 25 anos de produção da gravurista niteroiense, cuja poética transcende a reflexão sobre a construção do feminino e seus desdobramentos cotidianos. Como destaque da exposição, três obras de grande formato criadas especialmente para o Projeto Janelas da Abapirá, com apoio do Reviver Centro, promovido pela prefeitura da cidade. A mostra “Desvairadas e outros cultivos” abre no dia 12 de abril, às 14h, e vai até 5 de junho, com entrada franca.

Nessa exposição na Abapirá, acompanhamos o desenvolvimento da pesquisa de Natali Tubenchlak em torno de sua relação com as plantas, ao longo da vida. A mostra reúne três séries de trabalhos recentes e inéditos: Mata Atlântica Dramática, Viveiros e Desvairadas. Estão lá também algumas obras mais antigas, que se relacionam com a temática. “É frequente, nas obras de Natali, surgirem personagens híbridos, meio humanos meio vegetais, figuras cujas cabeças se transformam em brotações. Também é comum que a artista se aproprie de contornos de corpos retirados de seus contextos originais e que perdem as referências de qual narrativa pertencem”, explica a curadora. Em Desvairadas, a série mais recente, Natali se apropria de poses e posturas de luta livre, e, nesses contornos, constrói corpos utilizando folhas e fragmentos vegetais, evocando a fúria e a graça de entidades femininas em diálogo direto com a natureza.

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Com mais de duas décadas de produção, Natali Tubenchlak começou sua carreira artística na pintura, passando para outros meios, como a gravura, onde desenvolve um trabalho de excelência técnica. É uma das principais artistas em produção hoje no ateliê de gravura do Museu do Ingá, um dos mais importantes do país. O Projeto Janelas da Abapirá é uma iniciativa expositiva que promove um diálogo com a Rua do Mercado, conectando arte e público de forma acessível. O projeto transforma as janelas do casarão Abapirá e seu espaço expositivo em uma vitrine artística, trazendo exposições individuais e coletivas, performances e intervenções. O objetivo é provocar reflexões e sensibilizar o público sobre temas diversos, sempre com a curadoria de artistas e pensadoras, tornando a arte uma experiência integrada ao cotidiano e ao ambiente urbano. O Projeto Janelas da Abapirá atualmente tem apoio do Reviver Centro, fomento da Prefeitura do Rio de Janeiro.

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SOBRE NATALI TUBENCHLAK

1975, Niterói, artista visual

Seu trabalho investiga temas como ética, violência e sensualidade. Estudou na Escola de Artes e Ofícios, em Barcelona, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, na Oficina de Gravura do Museu do Ingá. Graduou-se como designer na Faculdade da Cidade. Especializou-se em marcenaria, cerâmica, esculturas e gravura. Fundou o espaço independente Barracão Maravilha – Arte Contemporânea (2008/2014). O interesse de sua produção está focado entre o hibridismo técnico e a mestiçagem de meios, entre a narrativa versus o ofício manual, e no campo da ética do cotidiano e da mitologia doméstica. Especializou-se em gravura e, na busca por alternativas sustentáveis à gravura em metal, chegou à cologravura, técnica que une inovação e consciência ecológica. As influências de António Berni (1905-1981) e Belkis Ayón (1967-1999) são centrais no percurso da artista e consolidaram sua convicção no potencial da cologravura como meio inovador e sustentável. Hoje, essa técnica orienta sua produção artística e as aulas que ministra, buscando inspirar outros artistas a explorar possibilidades éticas e criativas na gravura.

SOBRE ANA CARLA SOLER

Ana Carla Soler é curadora e pesquisadora. Graduada em História da Arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ e em Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduada em Direção e Gestão de Marketing pela Universidade de Barcelona, especialista em Marketing Digital pela ESPM. Tem sua pesquisa direcionada à presença das mulheres no ensino e sistema da arte. Em 2023, foi selecionada para a Residência de Pesquisa do Instituto Inclusartiz. Em 2022, foi premiada no Edital OMA de curadoria, com o projeto de exposição “Houve-me”. Assinou a curadoria de exposições em instituições como Museu de Arte do Rio (MAR), Centro Cultural PGE-RJ, ArtRio, SESC Rio de Janeiro, Parque das Ruínas (Parque Glória Maria), Centro MariAntônia – USP, Oficinas Culturais Oswald de Andrade. Ministra cursos que investigam as relações entre a Arte e a Comunicação. É co-criadora do projeto digital Elas Estão Aqui (@elasestaoaquinaarte), curadora no Coletivo Artistas Latinas (@artistaslatinas) e parte do coletivo MOTIM – Mito, rito e cartografias feministas nas artes.

SOBRE A ABAPIRÁ

Inaugurada em 2019, a Abapirá é um espaço independente de arte localizado no Centro Histórico do Rio de Janeiro, dedicado à produção e exposição de artistas femininas. Mais do que um simples espaço expositivo, é um território de experimentação, encontro e resistência, onde diferentes linguagens artísticas se atravessam e dialogam. O nome Abapirá vem do tupi, unindo as palavras “Aba” (humano) e “Pira” (peixe), uma fusão que remete à figura da sereia — símbolo da nossa identidade visual. Instalada em um sobrado revitalizado de 1850, no corredor cultural da região, o espaço abriga exposições individuais e coletivas, performances, residências artísticas e eventos que impulsionam a visibilidade e a autonomia de artistas femininas no cenário contemporâneo. Em um mundo da arte ainda marcado por desigualdades de gênero, a Abapirá se apresenta como um local de fortalecimento e liberdade, onde novas narrativas ganham espaço para ecoar. Atualmente o espaço é apoiado pelo Reviver Centro, plano de recuperação urbanística, cultural, social e econômica da região central do Rio, liderado pela da Prefeitura da cidade.

SERVIÇO

Exposição de arte contemporânea
Título: Desvairadas e outros cultivos
Artista: Natali Tubenchlak
Curadora: Ana Carla Soler
Abertura: 12 de abril de 2025, às 14h
Local: Abapirá
Período expositivo: de 12 de abril a 9 de junho de 2025
Visitação: de quarta-feira a sábado, das 12h às 17h
Endereço: Rua do Mercado, 45 – Centro – Rio de Janeiro
Site: www.abapira.art.

Fonte: Júnia Azevedo

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