Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a Secretaria Municipal de Políticas Públicas para o Idoso, Mulher e Pessoa com Deficiência, a convite do shopping Pátio Alcântara, realizou na manhã desta sexta-feira (6) uma roda de conversa voltada para o público feminino. O evento “Empodera Ela” reuniu nomes importantes que atuam na rede de proteção à mulher no município em um bate papo descontraído para discutir sobre temas como violência contra a mulher, segurança, saúde, empreendedorismo e autoestima.
A primeira palestrante foi a delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM-SG), Débora Rodrigues, que falou sobre a importância da mídia no combate à violência contra a mulher. “Apesar de lermos nos jornais que o número de feminicídio vem aumentando, precisamos entender que esse crime está previsto no Código Penal só a partir de 2015, então antes dessa data ninguém via um feminicidio e tinha um olhar de gênero, de ver que aquela mulher foi morta só pelo fato dela ser mulher, então o que estamos vivendo na nossa sociedade, em relação a esses supostos aumentos nos números de assassinatos de mulheres, na verdade, é o reconhecimento de que nós estamos morrendo. Antigamente muitas vezes elas morriam em casa e os casos eram tidos como acidente ou suicídio, mas elas eram assassinadas. Outra coisa importante é a mídia positiva se importando com a causa. A violência contra a mulher é tolerada, tanto o assédio sexual nos meios de transportes quanto brigas entre marido e mulher, e quando a mídia mostra isso e alerta a mulher, essa vítima, depois de tantos anos apanhando, toma coragem e procura a delegacia para denunciar e isso justifica o aumento nos números de registros de violência”, afirma Débora
Política Pública referência no combate a violência há 22 anos em São Gonçalo, o Centro Especial de Orientação à Mulher (CEOM) é uma instituição que trabalha no acolhimento de mulheres. A assistente social e coordenadora do equipamento, Lilian Duca, apresentou os serviços oferecidos pelo centro. “Participar de eventos voltados para a população feminina do nosso município é a oportunidade de levarmos informação para muitas mulheres que não conhecem o CEOM. Mesmo que eu não seja vítima de violência, eu conheço pelo menos uma pessoa que está vivenciando essa situação e eu vou levar a informação até essa pessoa que desconhece que no seu município funciona há 22 anos um serviço público para acolhê-la, onde ela vai ser atendida e orientada por assistentes sociais, psicólogos e advogados e que ela pode ter uma luz diante daquele sofrimento. Todo o nosso trabalho tem como finalidade o rompimento da violência”, explica Lilian. Criado há dois anos com o objetivo de gerar renda, autonomia e protagonismo para as mulheres empreendedoras de São Gonçalo, o Lidera Mulher, parceria da Semimd com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, já formou cerca de 200 empreendedoras nos eixos de artesanato, gastronomia, moda e beleza. A antropóloga e gestora do projeto, Paola Souza, conversou sobre empreendedorismo com as participantes. “Esse mês da mulher serve para chamar atenção do momento atual que estamos vivendo, que é de um novo levante no qual as mulheres estão se colocando mais e querendo sua voz e participação na política e no mercado de trabalho. Podemos observar que, tanto no Brasil quanto mundialmente, isso está crescendo e é algo que me chama muita atenção e é o que me move hoje. Nós temos tanta capacidade e formação quanto os homens, para estarmos atuando e exercendo cargos no mercado em geral, em diversos setores como economia, serviço público e precisamos chamar atenção para isso. Além disso, nós temos as empreendedoras, muitas mulheres que tem essa veia empreendedora e que ela precisa se descobrir dentro dos múltiplos papéis que elas exercem na sociedade, nós somos ao mesmo tempo trabalhadoras, mulheres, mães, filhas, e dentro disso tudo nós temos que descobrir o nosso potencial profissional e seguir em frente”, ressaltou.
A subsecretária de Políticas Públicas para Mulher, Andréa Machado, foi a última palestrante e falou sobre os serviços oferecidos no município. “Trabalhamos em constante articulação com as redes de proteção como o Movimento de Mulheres, Defensoria Pública, Ministério Público e delegacias especializadas para garantir acolhimento e proteção. Essa roda de conversa é uma forma de multiplicar informações importantes para que o ciclo da violência seja rompido. A importância de compartilhar e disseminar o conhecimento é indispensável para garantir a sobrevivência das mulheres e de todos a sua volta. Estar em um espaço onde há um grande fluxo de mulheres e ver elas pararem para escutar e partilhar alguns momentos suas histórias de vida é gratificante e incentivador”, conclui Andréa.