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André Scatolini CEO da NAVA Technology for Business - Foto/Divulgação

Em 2025, o mercado de tecnologia se prepara para uma nova era de transformações profundas e disruptivas. Empresas que buscam manter sua competitividade não podem mais ignorar as tendências emergentes que estão moldando o futuro digital global. Segundo estimativas do Gartner, os investimentos em TI no Brasil devem crescer 6,6% no próximo ano, com a Inteligência Artificial (IA) liderando as apostas. O avanço das soluções de Cloud, com foco em FinOps; Cibersegurança e Data também estarão entre os protagonistas.

Neste sentido, a IA deixará de ser uma tendência isolada para se consolidar como o centro das operações empresariais. O uso de hiperautomação, que combina IA, aprendizado de máquina e RPA (Automação de Processos Robóticos), promete transformar a maneira como as empresas realizam suas atividades diárias. Processos antes demorados e complexos serão otimizados e automatizados, liberando as equipes para focar em tarefas mais estratégicas. Uma tendência emergente chamada Agentic AI também será fundamental: esta abordagem combina IA generativa (como os LLMs, ou Modelos de Linguagem de Grande Escala) com sistemas de decisão automatizados, permitindo que agentes digitais executem ações com base em dados em tempo real e melhorem continuamente sua capacidade de tomada de decisão.

A inteligência artificial também tem se mostrado uma aliada poderosa na defesa cibernética, permitindo a detecção e mitigação de ameaças em tempo real. A crescente adoção de ambientes híbridos e o aumento dos ataques tornam o modelo Zero Trust cada vez mais crucial. Esse conceito de segurança, que se baseia na premissa de “nunca confiar, sempre verificar”, está sendo implementado de forma mais robusta, principalmente em grandes corporações, para reduzir superfícies de ataque e proteger dados em ambientes complexos, e a adoção desse tipo de solução deve crescer ainda mais este ano.

Estratégias multi-cloud e de edge computing também continuarão remodelando a infraestrutura das empresas, permitindo maior flexibilidade, escalabilidade e redução de latência. Esses avanços não apenas otimizam operações, mas também criam uma dinâmica de controle financeiro e de governança por meio de práticas de FinOps (Finance Operations), que permitem um gerenciamento mais eficiente e transparente dos custos em ambientes de cloud. O desafio das empresas agora é integrar de forma ágil as novas tecnologias, ao mesmo tempo em que controlam seus orçamentos de maneira mais precisa e estratégica.

No cenário legal, o Digital Operational Resilience Act (DORA) da União Europeia, que entra em vigor em este ano, promete gerar ondas de transformação também no Brasil. O DORA exige maior resiliência digital das organizações e coloca em pauta uma gestão de riscos mais robusta para ambientes digitais. Embora o Brasil ainda esteja debatendo o Projeto de Lei 2338/2023, que busca regular a IA no país, a pressão por um uso ético e responsável da tecnologia está crescendo, especialmente em grandes empresas que buscam alinhar as inovações às normas de privacidade e proteção de dados, como a LGPD.

Por aqui, também começamos a explorar as possibilidades da computação quântica e do Blockchain as a Service (BaaS), que, apesar de seus desafios tecnológicos, prometem abrir portas para novas soluções em áreas como segurança, logística e transações financeiras. 

Esse mundo de novas possibilidades guiadas pelas tecnologias emergentes exigirá, contudo, novas competências e mão de obra altamente qualificada. Embora o Brasil tenha um enorme potencial para se tornar um líder no cenário digital, ainda há desafios significativos a serem superados. Um dos maiores obstáculos é a escassez de profissionais especializados em tecnologia, com um déficit projetado de mais de 500 mil especialistas até 2025, segundo a Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais). A falta de uma base educacional sólida e a alta rotatividade de profissionais no setor prejudicam a velocidade da transformação das empresas brasileiras.

No entanto, sinais positivos começam a surgir: a nova geração de profissionais e a expansão do acesso à internet no país estão criando as bases para um futuro digital mais promissor. Para não ficar atrás de potências tecnológicas como China e o Sudeste Asiático, será fundamental que o Brasil invista fortemente em infraestrutura digital e em políticas de capacitação e inovação.

Vale ressaltar que o Brasil tem a chance de não apenas adotar as novas tecnologias, mas também de ser protagonista na construção de soluções inovadoras. Para isso, é crucial que o país acelere seus esforços em treinamento e formação, invista em infraestrutura e crie um ambiente favorável à inovação. O futuro digital não espera, e as empresas que conseguirem se antecipar a essas tendências estarão, certamente, sempre um passo à frente. 

André Scatolini
CEO da NAVA Technology for Business

Fonte: Anna Mattos

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