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Foto/Divulgação
Obra explora catarse, neuromarketing e criatividade no álbum “30”, da cantora britânica
Uma pesquisa que surge a partir da admiração de um fã. Assim é o livro “Catarse Criativo: Neuromarketing e Consumo Emocional na obra ’30’ de Adele”, de Guilherme Alves, mestrando em Comunicação, na UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Apaixonado por divas pop, é a partir da análise do álbum “30”, de Adele, que o autor discute o processo de criação, desenvolvimento e a história por trás da obra.
O livro terá seu lançamento no dia 20 de fevereiro (quinta-feira), às 18h, no Espaço Multifoco, na Lapa, Zona Central do Rio de Janeiro. O exemplar custa R$ 44,99, e pode ser adquirido nos sites da Editora Multifoco e da Amazon.
A capacidade catártica presente em Adele é analisada sob a perspectiva de um fã inserido academicamente, principalmente na área de estudos de fãs. A cantora traz, no disco “30”, aquilo que viveu. E a catarse é uma ferramenta da psicanálise de liberação emocional. O autor ressalta que esta não é uma característica apenas da Adele, mas também aparece na carreira de cantoras como Amy Winehouse e Luisa Sonza.
“Isso já é um processo que existe dentro do meio artístico, principalmente falando de canções, porque já se tem essa ideia do artista: que produz aquilo que vive, e que produz aquilo que sofre. Então acaba que ‘catarse’ é uma nomeação adequada para expressar parte do processo criativo do álbum”, explica Guilherme.
Muito além de ser voltada para os fãs da cantora, a obra é indicada para acadêmicos da área de comunicação, principalmente publicitários, e interessados na área dos estudos de música e de fãs. A capa do livro evoca simbologias importantes para os fãs de Adele: o planeta Saturno representa a transformação e a cantora o adota em suas redes sociais, além de tê-lo tatuado em seus braços. Entre os principais conceitos abordados no livro estão o Neuromarketing e o consumo emocional, ambos pontos da área de publicidade, oriundos do trabalho de conclusão de curso de Guilherme Alves, na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no Rio de Janeiro.
“O ponto-chave é a análise das letras e das teorias de criatividade aplicadas aos processos publicitários, que são as primeiras coisas que eu trabalho no livro. Teorias da criatividade voltadas a processos catárticos, vinculados a expressão de sentimentos e ressignificação da dor”, avalia Guilherme.
Em busca de explorar as facetas emocionais demonstradas no disco, Guilherme Alves consultou relatos, entrevistas e documentários para conseguir captar o processo da artista – que na época passava por um divórcio. Entre os principais desafios da tarefa esteve conseguir se aprofundar dentro da vida de Adele e, assim, entender a perspectiva dela, do momento que vivia para trazer determinadas emoções nas faixas.
“Eu nunca experienciei o divórcio, mas acaba que você entra numa imersão, nessa busca da compreensão e toda a subjetividade que ela estava trazendo no disco, com as camadas do storytelling. Da primeira à última música, tem uma história ali que está sendo trabalhada. Como fã, me permiti sentir determinadas coisas a partir da audição do álbum. Em seguida, como pesquisador que vai analisar o trabalho, fiz um trabalho de comparação e interpretação da subjetividade ali presente”, explica Guilherme.
A relação do autor com a cantora tem início ainda em 2011, no lançamento do segundo disco, “21”, quando os singles “Rolling in the Deep” e “Someone Like You” se tornaram trilha sonora das novelas “Morde e Assopra” e “Fina Estampa”, respectivamente. Nessa época, ele ouvia a canção na TV, no rádio e, ainda, buscava os clipes no YouTube. Mas é com o disco mais recente “30” (2021), que Guilherme se torna fã.
“Estava em um momento um pouco complicado na minha vida, que envolviam situações pessoais e de trabalho. E ouvir aquele álbum várias e várias vezes me ajudou muito a lidar com estas questões. Me identificava muito com algumas coisas que ela canta, como em ‘Cry Your Heart Out’, e em ‘Hold On’, que traz uma perspectiva muito de você aguentar firme em momentos difíceis, porque as coisas vão melhorar, e elas tendem a melhorar. A minha relação com ela é de apoio, pois sinto como se ela estivesse comigo em momentos que nem eu mesmo me reconhecia. As dificuldades emocionais, as dores, ela enfrentou comigo”, confessa Guilherme.
Conheça o autor
Publicitário de formação, Guilherme Alves é hoje estudante de Mestrado em Comunicação, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com bolsa Capes. O livro “Catarse Criativo: Neuromarketing e Consumo Emocional na obra ’30’ de Adele” é a sua primeira publicação, sendo uma adaptação do seu trabalho de conclusão de curso na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no Rio de Janeiro. Atualmente faz parte dos grupos de pesquisa Cultpop (Cultura Pop, Comunicação e Tecnologia) e Cats (Culturas Aurais e Tecnologias de Si).
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Fonte: Livia Gomes